Treinar fofo é natural, mas há limites
Aprenda a equilibrar carinho, autenticidade e autoestima no dia a dia.
É cada vez mais comum ouvir falar sobre o chamado “treinar fofo”: aquela atitude de agir de maneira exageradamente carinhosa, meiga ou submissa para agradar outras pessoas. À primeira vista, parece inofensivo afinal, quem não gosta de ser gentil ou causar simpatia? Mas especialistas alertam que quando isso se torna um hábito constante, pode trazer consequências para a autoestima e para as relações pessoais.
Segundo psicólogos, é natural que, em alguns momentos, as pessoas adotem comportamentos mais delicados ou afetivos para criar empatia ou gerar boa impressão. “Todo mundo, em algum momento, já se comportou de forma mais meiga para agradar alguém. É um mecanismo social normal”, explica a psicóloga Mariana Santos. O problema é quando essa postura passa a ser uma estratégia automática, feita sem pensar, apenas para agradar, deixando de lado suas próprias vontades e necessidades.
Entre os efeitos negativos de se tornar constantemente “fofo demais”, estão perda de autenticidade, desgaste emocional e dificuldade em impor limites. Quem faz isso com frequência pode sentir frustração, ansiedade e até invisibilidade, já que seus sentimentos e opiniões acabam sendo deixados de lado. Além disso, manter um comportamento que não reflete quem você realmente é pode gerar insegurança, prejudicando tanto a vida pessoal quanto a profissional.
Especialistas indicam algumas formas de equilibrar o comportamento: primeiro, autoconhecimento, identificar quando e por que o “treinar fofo” acontece. Depois, estabelecer limites claros e aprender a dizer “não” sem culpa. Por fim, valorizar a própria autenticidade, permitindo que suas ações reflitam quem você é de verdade, sem precisar agradar a todo custo.
Mariana Santos destaca que ser gentil e assertivo ao mesmo tempo, é o segredo. “É saudável demonstrar carinho, atenção e afeto, mas sem abrir mão de si mesmo. Quando conseguimos equilibrar isso, nossas relações ficam mais fortes e mais verdadeiras”, explica.
Além dos impactos emocionais, agir de forma excessivamente meiga também pode afetar a maneira como os outros nos enxergam. Pessoas que sempre buscam agradar podem ser vistas como dependentes ou fracas, mesmo quando possuem habilidades e qualidades que merecem reconhecimento. Por isso, é importante expressar opiniões, se posicionar e mostrar confiança, sem deixar de lado a gentileza.
Em resumo, treinar fofo é normal e até positivo, quando feito de forma equilibrada. O problema é deixar que se torne um hábito constante, sacrificando o próprio bem-estar. O ideal é ser gentil, mas fiel a si mesmo, cuidando de sua autoestima e mantendo relações saudáveis e autênticas.
Fonte: mapaempresariall.com.br