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Publicado: 27 de agosto de 2025 às 21:13

Brasil cria 129,8 mil empregos formais em julho

Número mostra avanço no mercado de trabalho, mas queda de 32% em relação a 2024 acende sinal de alerta.

Julho trouxe uma boa notícia para milhares de brasileiros: 129,8 mil novas vagas de trabalho com carteira assinada foram criadas em todo o país. Para quem conseguiu assinar o primeiro contrato ou voltou ao mercado após um período de incerteza, o número não é apenas estatística, é alívio, é comemoração em família, é o começo de novos planos.

Mas, olhando com mais cuidado, o cenário não é tão animador. Em comparação com julho de 2024, o saldo de empregos caiu 32%. Ou seja, o mercado continua criando oportunidades, mas perdeu fôlego.

Esse resultado foi divulgado pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), um termômetro importante para entender como anda a economia real, aquela que impacta diretamente a vida das pessoas. O setor de serviços puxou a fila das contratações, seguido pela construção civil e pelo comércio. Quem caminha pelas ruas já sente esse movimento: bares voltando a contratar garçons, hotéis reforçando a equipe para a alta temporada, obras retomando ritmo.

Para o trabalhador, esses números são muito mais do que gráficos e percentuais. É o pai que após meses desempregado consegue voltar a trazer o salário fixo para casa. É a jovem que conquistou seu primeiro emprego e já sonha em pagar a faculdade. É a diarista que conseguiu ser registrada e agora terá direito a férias e décimo terceiro.

Ainda assim, a queda em relação ao ano passado levanta questionamentos. Por que estamos contratando menos se a economia continua girando? Economistas apontam alguns motivos: juros ainda elevados, empresas mais cautelosas diante da incerteza internacional e um consumo das famílias que não cresce no mesmo ritmo. Tudo isso faz diferença no caixa das empresas e, consequentemente, na decisão de abrir ou não novas vagas.

Um ponto positivo está na construção civil. Mesmo em um cenário mais lento, o setor manteve ritmo firme e criou empregos em diferentes regiões do país. Cada prédio que começa a subir ou obra pública que sai do papel representa dezenas de trabalhadores ocupados, movimentando também pequenas lojas de material de construção e prestadores de serviço.

No comércio e nos serviços, o crescimento foi mais tímido, mas consistente. A expectativa é que, com a proximidade das festas de fim de ano, haja um reforço nas contratações temporárias, que muitas vezes se transformam em vagas fixas. Para quem está em busca de uma chance, pode ser a hora de se preparar.

O saldo de julho pode até parecer modesto diante do resultado de 2024, mas ainda mostra que o Brasil segue criando oportunidades. A diferença está em como enxergamos esse número: como um sinal de que o mercado está mais cauteloso ou como a prova de que, mesmo em um cenário desafiador, a roda não parou de girar.

E, no fim, cada vaga é uma vida que muda. Pode não ser o ritmo que gostaríamos, mas cada carteira assinada é um passo a mais na direção de um futuro mais seguro.

Fonte: mapaempresariall.com.br