Quando o estrogênio se despede, o coração pede atenção
A menopausa traz mudanças profundas, mas também abre espaço para novos hábitos que protegem a saúde e fortalecem a mulher.
Quando a gente pensa em coração, logo vem à mente sentimentos, emoções, aquela metáfora de que ele é a casa do amor. Mas o coração também é músculo, é vida pulsando dentro da gente e precisa de cuidados, especialmente em um momento delicado da vida da mulher: a menopausa.
Durante muitos anos, o estrogênio é um verdadeiro anjo da guarda para o corpo feminino. Ele ajuda a manter as artérias mais saudáveis, regula a pressão e protege contra problemas como infartos e AVCs. É por isso que, até a chegada da menopausa, as mulheres costumam ter menos doenças cardíacas do que os homens. Só que, quando esse hormônio começa a cair, o cenário muda e o risco de hipertensão aumenta.
O curioso é que a gente costuma ouvir falar da menopausa apenas em termos de calorão, mudanças de humor, noites mal dormidas. Esses sintomas já são difíceis, claro, mas o que quase não se comenta é que, por trás deles, existe também um impacto sério no coração. É como se o corpo perdesse um escudo protetor que esteve ali durante décadas.
E a verdade é que isso pode ser assustador. Muitas mulheres, ao descobrir que estão com a pressão alta, se perguntam: “Mas por quê? Sempre me cuidei, nunca tive nada!”. E aí vem a frustração de sentir que o corpo está mudando sem que a gente tenha tanto controle sobre ele.
Mas calma. Esse não é um destino inevitável, e não significa que não há saída. A queda do estrogênio realmente abre uma porta para a hipertensão, mas existem muitas chaves para fechá-la. Pequenas atitudes no dia a dia fazem diferença: caminhar pelo bairro, trocar um lanche industrializado por uma fruta, beber mais água, encontrar momentos de descanso para aliviar a mente. Não precisa virar maratonista nem seguir dietas mirabolantes, basta criar hábitos que deem ao coração a chance de continuar batendo forte e saudável.
Outra coisa essencial é não negligenciar os exames e as consultas médicas. A hipertensão é traiçoeira: muitas vezes não dá sinal nenhum até estar avançada. Por isso, medir a pressão com frequência e conversar abertamente com o médico pode evitar problemas maiores. E, se for o caso de avaliar uma reposição hormonal, a decisão deve ser feita com calma, levando em conta o que é melhor para cada mulher.
É importante também lembrar que cada uma vive a menopausa de um jeito. Para algumas, é um período relativamente tranquilo. Para outras, é cheio de desafios físicos e emocionais. Não existe certo ou errado, e não faz sentido comparar. O que existe é a necessidade de acolhimento de médicos que escutem, de familiares que apoiem, de amigas que compartilhem suas experiências sem julgamentos.
A menopausa não é o fim da vitalidade, e muito menos um rótulo de fragilidade. É uma fase de transformação, sim, mas também de sabedoria, de novas descobertas e de um olhar mais carinhoso para si mesma. O coração, que sempre carregou tantas histórias, merece atenção especial agora.
No fundo, cuidar do coração na menopausa é um ato de amor-próprio. É escolher continuar vibrando, se emocionando, vivendo intensamente, sem deixar que a queda de um hormônio dite os limites do que você pode ou não fazer. Porque o estrogênio pode até se despedir, mas a força da mulher, essa, continua firme e pulsante assim como o coração que a sustenta.
Fonte: mapaempresariall.com.br