Autismo é diversidade: Conheça os quatro subtipos e suas singularidades

Cada pessoa tem seu jeito de sentir, aprender e se conectar, compreender os subtipos é abrir espaço para empatia e inclusão.

O autismo é frequentemente considerado apenas uma coleção de comportamentos ou características médicas, no entanto, para aqueles que têm uma relação próxima, ele representa algo muito mais abrangente: é uma forma singular de sentir, entender e experienciar o mundo. Cada indivíduo no espectro possui sua própria narrativa, suas dificuldades, bem como suas conquistas, habilidades e maneiras de se relacionar com os demais. Recentemente, os pesquisadores descobriram quatro subtipos de autismo, e compreender essas distinções pode mudar a maneira como percebemos, ajudamos e interagimos com essas pessoas.

O primeiro subtipo é o autismo clássico de alto desempenho. Indivíduos pertencentes a este grupo conseguem se comunicar de maneira razoável, mas enfrentam desafios ao compreender sutilezas sociais, demonstrar emoções ou se ajustar a alterações. Simultaneamente, elas geralmente possuem interesses bastante específicos e uma notável habilidade de concentração. É habitual observar jovens que dedicam várias horas a estudar um tema que lhes fascina, como dinossauros, astronomia ou programação, imergindo em um mundo particular. Para familiares e amigos, entender que essas profundas paixões são mais do que simples passatempos, mas sim modos de expressão e aprendizado, contribui para o desenvolvimento de paciência, respeito e uma admiração verdadeira.

O segundo subtipo refere-se ao autismo relacionado a déficits de inteligência. Neste contexto, a comunicação e a interação social podem apresentar maiores dificuldades, e atividades diárias demandam auxiliar adicional. Entretanto, apesar dessas dificuldades, essas pessoas frequentemente demonstram habilidades surpreendentes: uma percepção apurada para a arte, a música ou a confecção de objetos feitos à mão. Um ato de encorajamento ou um elogio genuíno pode transformar a forma como alguém se vê, demonstrando que toda realização, por menor que seja, é importante e merece ser comemorada.

O terceiro tipo é o autismo relacionado aos sentidos. Indivíduos sensíveis a estímulos podem experienciar uma sensação de sobrecarga causada por sons, luzes, odores ou texturas que muitas vezes não são notados por outras pessoas. Uma criança pode ficar assustada com o som de um aspirador, mas, ao mesmo tempo, pode se fascinar com o movimento das folhas ao vento. Compreender e valorizar essas percepções singulares não se trata apenas de atenção; é uma maneira de demonstrar empatia e estabelecer ambientes seguros e receptivos, nos quais essas pessoas possam fazer suas explorações no mundo sem temor ou desconforto.

O quarto subtipo é o autismo, que ocorre junto com condições psiquiátricas, como ansiedade, depressão ou TDAH. Para essas pessoas, a vida pode ser um desafio em dobro: enfrentar o espectro autista e manejar emoções intensas. Um instante de atenção, uma mensagem motivacional ou o suporte de um especialista pode ter grande impacto, contribuindo para a diminuição de temores, inseguranças e descontentamentos. Cada pequeno ato de atenção é significativo, demonstrando que ninguém deve lidar com esses desafios individualmente.

O que todas essas classificações possuem em comum é que nenhuma delas descreve de forma completa quem a pessoa realmente é. Cada pessoa com autismo é singular, apresentando seus próprios sonhos, habilidades e necessidades. Os subtipos atuam apenas como referência para podermos proporcionar um auxílio mais apropriado, respeitando suas características e celebrando suas vitórias.

Mais do que um campo científico, compreender os subtipos de autismo é um chamado à empatia. É fundamental desenvolver a habilidade de escutar, observar, entender e apreciar cada diversidade. É compreender que cada olhar, cada gesto e cada habilidade representa uma maneira singular de se relacionar com o mundo. E, principalmente, é entender que, com paciência, amor e respeito, todas as pessoas podem se desenvolver à sua maneira, trazendo suas singularidades e contribuições para a vida de todos ao seu redor.

O autismo nos ensina que a diversidade é valiosa, ressaltando que cada maneira de entender e experienciar o mundo é digna e significativa. Compreender os subtipos é, principalmente, uma etapa para perceber as pessoas além de suas dificuldades, valorizando suas histórias, habilidades e sua maneira singular de viver.

Fonte: mapaempresariall.com.br