Elite brasileira mistura pragmatismo e desconfiança no debate econômico, diz especialista
Sociólogo aponta que o grupo tende a apoiar tanto o Estado quanto o mercado, dependendo de quem entrega os melhores resultados.
A elite brasileira não adota uma visão econômica puramente liberal, segundo o sociólogo Alberto Carlos Almeida. Em palestra recente, ele explicou que o grupo costuma avaliar políticas e serviços mais pelo resultado prático do que por ideologias econômicas rígidas.
“Não é uma rejeição ao mercado nem ao Estado”, afirma Almeida. “É pragmatismo: se algo funciona melhor quando o governo atua, apoia-se o Estado; se o setor privado entrega resultados, ele ganha legitimidade”.
Exemplos do dia a dia
Na prática, isso se reflete em áreas como:
- Telefonia: a gestão privada é vista de forma positiva, especialmente depois das privatizações que melhoraram o serviço.
- Transporte público: a preferência tende a recair sobre o Estado, já que muitas pessoas percebem falhas quando a iniciativa privada assume totalmente.
O sociólogo ressalta que essa postura revela uma mudança na identidade econômica brasileira. A elite atual não adere ao liberalismo absoluto por convicção ideológica, mas sim com base em experiências concretas: desigualdade no acesso a serviços, falhas na privatização e resultados variáveis em diferentes setores.
Entre Estado e mercado
Segundo Almeida, a postura é clara: apoio vai para quem entrega soluções concretas. O Estado é valorizado quando garante saúde, transporte e educação de qualidade; o mercado ganha confiança quando oferece eficiência e inovação. Esse pragmatismo, segundo ele, domina a percepção da elite em debates econômicos atuais.
Conclusão
A lição que fica é que no Brasil, mesmo entre os mais influentes economicamente, o que importa é a entrega de resultados, e não a fidelidade a um modelo teórico. Para políticos e empresários, isso significa que decisões econômicas precisam mostrar impacto real no cotidiano das pessoas, caso queiram conquistar credibilidade.
Por Mapa Empresarial