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Publicado: 04 de outubro de 2025 às 20:32

Fundo bilionário aposta na descarbonização do agro brasileiro com foco em biofertilizantes

GEF Capital investe em empresas inovadoras para reduzir emissões e transformar o agro em referência sustentável.

O agro brasileiro está no centro de uma nova onda de investimentos sustentáveis. A gestora de private equity GEF Capital direcionou esforços para empresas que atuam na descarbonização da agricultura, mirando o fundo Latam Climate Solutions III, com aporte de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) até 2026.

Segundo Daniela Pinto, vice-presidente da GEF, o setor agropecuário responde por cerca de 28% das emissões de gases de efeito estufa no país, segundo o SEEG 2023. “O potencial de inovação é enorme. Estamos falando de soluções que reduzem impacto ambiental e, ao mesmo tempo, aumentam produtividade e retorno financeiro”, explica Pinto.

Biofertilizantes e tecnologias verdes ganham espaço

Entre as iniciativas mais promissoras estão os biofertilizantes, que substituem produtos químicos tradicionais por alternativas orgânicas e de baixo impacto ambiental. O mercado brasileiro desses insumos deve alcançar R$ 14,3 bilhões até 2029, crescendo em média 15% ao ano. Nos últimos cinco anos, a expansão anual chegou a 37%, mostrando como os produtores estão aderindo rapidamente a soluções mais sustentáveis.

Além dos biofertilizantes, a GEF Capital observa tecnologias como agricultura de precisão, monitoramento digital do solo e práticas de baixo carbono, que ajudam a reduzir emissões e custos operacionais. O portfólio da gestora já inclui a ProSolus, empresa paranaense que atua em 16 estados do Brasil e países vizinhos, oferecendo soluções inovadoras para plantio e pulverização.

Sustentabilidade que gera lucro

Para a GEF, a aposta não é apenas ambiental, mas também financeira. “Sustentabilidade e lucro caminham juntos. O produtor que adota práticas verdes, como o uso de biofertilizantes, não só reduz emissões, como também diminui insumos químicos, melhora a qualidade do solo e aumenta produtividade”, destaca Pinto.

O mercado global de investimento climático também olha para o Brasil com atenção. Fundos internacionais enxergam no setor agro um tripé de oportunidades: retorno financeiro, inovação tecnológica e contribuição ambiental. Isso aumenta a atratividade de empresas que conseguem unir eficiência e sustentabilidade.

Desafios e perspectivas

Apesar do crescimento promissor, ainda existem desafios. Muitos produtores precisam de capacitação, incentivos fiscais e crédito verde para implementar mudanças. A desinformação e o receio de custos adicionais podem frear a adoção de tecnologias sustentáveis.

Para especialistas, o caminho é criar parcerias público-privadas, alinhar políticas de incentivo e promover cases de sucesso que mostrem que o agro sustentável é rentável. Dessa forma, o Brasil pode se tornar referência global em agricultura de baixo carbono.

Por Mapa Empresarial