Jorge Messias, favorito de Lula para o STF, defende equilíbrio entre fé, justiça e direitos sociais
Cotado para a vaga no Supremo, o atual advogado-geral da União busca conciliar convicções pessoais com o compromisso constitucional
Jorge Messias é visto como alguém discreto, técnico e equilibrado — qualidade rara em tempos de polarização. Vindo da Advocacia-Geral da União, ele construiu sua carreira defendendo causas de Estado, não de partidos.
Apesar de ser evangélico, pessoas próximas afirmam que Messias separa suas crenças pessoais da função pública, buscando decisões com base na Constituição e não em convicções religiosas.
O que ele pensa sobre temas polêmicos
Aborto:
Messias não faz discursos inflamados nem se coloca em extremos. Embora pessoalmente conservador, defende que a discussão seja tratada com respeito, ouvindo sociedade e especialistas. Ele vê o tema como questão de saúde pública, e não apenas moral — e acredita que o diálogo é o melhor caminho para qualquer avanço.
Direitos trabalhistas:
Aqui, Messias fala com firmeza. Ele critica a chamada pejotização — quando empresas contratam pessoas como “PJ” para escapar de encargos trabalhistas. Para ele, isso “corrói o pacto social” e enfraquece direitos básicos conquistados com muito esforço. Seu discurso agrada sindicatos e preocupa parte do empresariado, mas mostra coerência com uma visão de justiça social.
Apostas esportivas (bets):
Messias não condena o setor, mas defende regras claras e responsabilidade social. Ele alerta para riscos como vício, dívidas e falta de transparência. Em resumo: é a favor da regulamentação, desde que o jogo não vire um problema para as famílias brasileiras.
Um perfil que busca equilíbrio
Messias é o tipo de figura que tenta acalmar os ânimos em um país dividido. Para alguns, isso soa como moderação demais; para outros, como a postura ideal de quem vai ocupar o cargo mais alto do Judiciário.
Sua trajetória mostra alguém que acredita na força do diálogo, da Constituição e no respeito à diversidade — valores essenciais em tempos de tanto ruído e desinformação.
E por que isso importa?
A escolha de um ministro do STF vai muito além da política. Ela influencia o rumo de decisões sobre liberdade, direitos civis, economia e o próprio futuro das leis no país. Saber o que pensa Jorge Messias é entender que tipo de Justiça pode se consolidar nos próximos anos.