Discriminação reversa: Conselho de medicina questiona cotas em residências
CFM argumenta que cotas em residências médicas promovem injustiça
O órgão responsável pela medicina no país entrou com uma ação civil pública contra uma entidade que gerencia serviços hospitalares, questionando a reserva de 30% das vagas em programas de residência médica para grupos populacionais vulneráveis, como pessoas com deficiência, indígenas e negros. Essa ação, que tramita na 3ª Vara Cível de Brasília, surge após a realização de um concurso que atraiu cerca de 89 mil candidatos, dos quais aproximadamente 80 mil compareceram.
A entidade de medicina argumenta que as cotas promovem uma injustiça dentro da classe médica e criam uma forma de discriminação inversa, defendendo que a seleção de residentes deve se basear no mérito acadêmico. Por outro lado, a empresa responsável pela administração dos hospitais defende que as reservas de vagas estão conforme a legislação e têm o respaldo do Supremo Tribunal Federal, visando garantir um sistema de saúde mais inclusivo.
Além disso, um importante instituto de saúde manifestou apoio às políticas afirmativas implementadas nos processos seletivos, ressaltando a desigualdade de acesso entre diferentes grupos sociais. O processo seletivo para residência permite que os candidatos escolham a especialidade e a instituição onde desejam atuar, com base na pontuação obtida em um exame, semelhante ao sistema de seleção educacional nacional. Os resultados dos exames serão divulgados em breve, seguidos de convocações para as vagas.