Lewandowski Revela Choque de Lula com 121 Mortes no Rio: Operação Mais Letal da História da Cidade
Ministro da Justiça Defende Apoio Federal e Reforça Responsabilidade Estadual Após Operação Contra o Comando Vermelho
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, revelou nesta terça-feira (29/10/2025) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou "estarrecido" ao saber do saldo de pelo menos 121 mortos na operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, deflagrada em 28/10/2025 contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e Penha. Em coletiva de imprensa ao lado do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, Lewandowski criticou a falta de comunicação prévia ao governo federal e ofereceu apoio imediato, incluindo vagas em presídios federais para líderes criminosos, equipes da Força Nacional e institutos forenses para identificação de corpos. A ação, descrita como "extremamente cruenta e violenta", reforça debates sobre coordenação entre estados e União, com o ministro defendendo a PEC da Segurança Pública como ferramenta para maior colaboração. Uma reunião com o governador Cláudio Castro (PL) foi marcada para a tarde de 29/10/2025, em meio a acusações mútuas entre governos estadual e federal.
Lewandowski enfatizou: "É muito importante dizer que a responsabilidade pela segurança pública é dos governos estaduais." A operação, que visava desarticular o CV, deixou a cidade em luto e expôs falhas na integração de forças, com a PF avaliando o plano como "irrazoável" e sem autorização legal para participação.
Detalhes da Operação e o Saldo de Mortes
A megaoperação, iniciada na manhã de 28/10/2025, mobilizou centenas de policiais militares e civis nos complexos do Alemão e Penha, na Zona Norte do Rio. O objetivo era capturar líderes do CV, mas resultou em confrontos intensos, com 121 mortes confirmadas pelo governo estadual até 29/10/2025 – o maior número em uma ação policial na história da cidade. A maioria das vítimas era suspeita de ligação com o tráfico, mas relatos de moradores apontam para civis atingidos.
- Escopo: Envolvia PM, PC e UPP; foco em desmantelar células do CV.
- Cronograma: Iniciada às 6h; tiroteios prolongados até a noite.
- Vítimas: 121 mortos (suspeitos); 15 feridos, incluindo policiais.
- Comunicação: Sem aviso formal ao governo federal; PF considerou "inconsistente" com métodos operacionais.
Lewandowski destacou: "Não teríamos nenhuma autorização legal para participarmos." Lula, ao retornar de viagem à Ásia na noite de 28/10, foi informado e reuniu-se com ministros na manhã seguinte no Palácio da Alvorada.
| Aspecto | Detalhes |
|---|---|
| Mortos | 121 (suspeitos do CV) |
| Feridos | 15, incluindo 5 policiais |
| Duração | 12 horas de confrontos |
| Local | Complexos Alemão e Penha, Zona Norte RJ |
Foto: Cena de confronto durante a operação no Alemão - Arquivo G1
Reação de Lula e Oferta de Apoio Federal
Lula, segundo Lewandowski, ficou chocado com o número de mortes e a ausência de coordenação prévia. Em reunião matinal de 29/10/2025, o presidente instruiu o oferecimento de auxílio imediato ao Rio, incluindo:
- Presídios Federais: Vagas para líderes do CV.
- Força Nacional: Equipes para reforço operacional.
- Instituto Forense Nacional: Auxílio na identificação de corpos e resolução de crimes.
- Reunião com Castro: À tarde de 29/10, para avaliar necessidades adicionais.
Lewandowski afirmou: "O governo federal oferece todo o apoio possível." A PEC da Segurança Pública, em tramitação, é vista como solução para integrar forças federais, estaduais e municipais.
Tensões Federais e Estaduais: Acusações e GLO
O ministro reforçou que a segurança é responsabilidade estadual, mas criticou a falta de comunicação: "Lula ficou surpreso com a ausência de informações." Acusações mútuas surgiram: o governo federal questiona a proporcionalidade da ação, enquanto o estadual defende sua legalidade.
Sobre a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Lewandowski esclareceu: "Não é uma ação espontânea do presidente ou do governo federal. É algo exatamente complexo, medida excepcionalíssima." GLO exige pedido do governador e decisão de Lula, baseada em falha policial local e tumulto público – não discutida na reunião.
Andrei Rodrigues, da PF, confirmou contatos operacionais iniciais, mas avaliou o plano como "irrazoável" e sem base legal para participação federal.
Implicações para a Segurança Pública
A operação expõe fragilidades no modelo federativo de segurança, com 55% dos brasileiros insatisfeitos (Datafolha 10/2025). A PEC visa maior integração, mas enfrenta resistência de estados. Especialistas preveem debate no Congresso sobre letalidade policial, com 1.200 mortes por PM em 2025 (Fórum Brasileiro de Segurança Pública).
O caso pode acelerar a PEC, alocando R$ 10 bilhões adicionais para inteligência e prevenção.
