Armas Venezuelanas e de Quatro Países São Apreendidas em Megaoperação Contra o Comando Vermelho no Rio
A Operação Contenção, deflagrada no complexo da Maré, no Rio de Janeiro, apreendeu 118 armas avaliadas em R$ 5,4 milhões, com 91 fuzis de origem internacional, incluindo dois da Venezuela.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro apreendeu 118 armas, incluindo 91 fuzis avaliados em R$ 5,4 milhões, durante a Operação Contenção no complexo da Maré, na Zona Norte da cidade, em ação de 28/10/2025 contra o Comando Vermelho (CV). Entre os fuzis, dois eram de origem venezuelana, dois brasileiros, um peruano e um argentino, todos com seriales falsificados para mascarar a procedência. A maioria entrou pelo Brasil via Amazônia e fronteira com o Paraguai, segundo a investigação, que começou com denúncia anônima sobre reunião da cúpula do CV na região. A operação, autorizada judicialmente pelo Ministério Público do Estado (MP-RJ), mobilizou 2,5 mil agentes e deixou 121 mortos (suspeitos) e 113 prisões, incluindo líderes da facção. A Polícia Federal (PF), convidada, recusou participação por considerar o caso de competência estadual. O caso expõe a sofisticação do tráfico internacional de armas, com o CV usando falsificações para burlar controles.
A ação, que visava desarticular a expansão do CV na Zona Norte, reforça preocupações com o armamento pesado em favelas e o fluxo transfronteiriço.
Contexto da Operação e Apreensões
A Operação Contenção foi desencadeada após denúncia anônima sobre planejamento de ataques do CV na Maré. Com autorização do MP-RJ, a Polícia Civil e Militar invadiram o complexo às 6h, enfrentando resistência armada que durou 12 horas. Os fuzis, majoritariamente modelo FAL, tinham seriales falsos de fabricação internacional, sugerindo produção em oficinas clandestinas no Paraguai e Venezuela.
- Armas Apreendidas: 118 totais, com 91 fuzis (dois venezuelanos).
- Origem: Entrada via Amazônia e Paraguai; falsificação para evitar rastreamento.
- Outros Itens: Munições, explosivos e R$ 500 mil em dinheiro.
- Vítimas: 121 mortos (suspeitos); 15 feridos, incluindo policiais.
A PF analisou: "Armas venezuelanas indicam fluxo transnacional; falsificações complicam investigações."
| Tipo de Arma | Quantidade | Origem Confirmada | Valor Estimado (R$ mil) |
|---|---|---|---|
| Fuzis (FAL) | 91 | Venezuela (2), Brasil (2), Peru (1), Argentina (1) | 5.400 |
| Pistolas | 27 | Não identificada | 540 |
| Total | 118 | - | 5.940 |
Foto: Fuzis apreendidos na Maré - Arquivo Polícia Civil/RJ
Investigação e Ligações com o Crime Organizado
A denúncia revelou reunião de chefes do CV para expandir influência na Zona Norte, financiada por tráfico de armas via fronteiras. A maioria dos fuzis veio de rotas amazônicas e paraguaias, com falsificação de seriales para simular origem legal. O MP-RJ autorizou a ação, mas a PF recusou por "competência estadual", focando em investigações federais de tráfico interestadual.
O CV, dominante na Maré, usa o armamento para controle territorial. A operação capturou "Belão", líder local, e transferiu 10 presos a federais.
Reações e Implicações para a Segurança Pública
O governador Cláudio Castro (PL) defendeu: "Ação rigorosa contra o terror do tráfico; apenas quatro vítimas" (policiais). Críticos como o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) chamam de "massacre seletivo". A PF avalia "irrazoável", e moradores relatam 60 corpos na mata.
O caso acelera a PEC da Segurança Pública, propondo integração federal-estadual. Especialistas preveem debate sobre letalidade (1.200 mortes por PM em 2025, Fórum Brasileiro de Segurança Pública).
