Governadores Formam
Governadores de centro e direita, como Cláudio Castro (RJ), Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG), reuniram-se no Palácio Guanabara em 30/10/2025, formando o "Consórcio da Paz" para compartilhar estratégias contra o crime organizado
Governadores de centro e direita, incluindo Cláudio Castro (RJ), Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG), Jorginho Mello (SC), Eduardo Riedel (MS) e Celina Leão (vice do DF), além de Tarcísio de Freitas (SP) via vídeo, reuniram-se no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, em 30 de outubro de 2025, para formar o "Consórcio da Paz", uma aliança estadual para unir esforços contra o crime organizado. O encontro, dois dias após a operação Contenção – a mais letal da história do país, com 121 mortes nos complexos do Alemão e Penha – serviu como plataforma para acusações diretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticado por "omissão" na segurança pública. Caiado chamou a PEC da Segurança Pública de "fake", alegando que suas propostas já existem em lei ordinária, enquanto Jorginho Mello cobrou apoio federal em fronteiras e recursos para equipar polícias estaduais. Celina Leão acusou o governo federal de priorizar "lacração" em vez de ações concretas. A iniciativa propõe um regulamento para cooperação entre estados, mas evita pedir intervenção federal imediata, expondo tensões na federação e o descontentamento com a coordenação atual de segurança.
O "Consórcio da Paz" busca romper o isolamento estadual, compartilhando experiências e soluções, mas o tom crítico a Lula sinaliza uma oposição unificada em ano pré-eleitoral.
O Encontro e a Formação do "Consórcio da Paz"
A reunião, iniciada às 10h no Palácio Guanabara, reuniu líderes estaduais para discutir respostas integradas ao crime organizado, inspirada na operação Contenção, que mobilizou 2.500 agentes contra o Comando Vermelho (CV) e resultou em 113 prisões e 93 fuzis apreendidos, mas com saldo de 121 mortes. Castro, anfitrião, defendeu a ação como "rigorosa e legal", mas o foco foi na união estadual para compensar a "falta de apoio federal".
- Participantes: Castro (RJ), Caiado (GO), Zema (MG), Mello (SC), Riedel (MS), Leão (DF); Freitas (SP) virtual.
- Objetivo: Regulamento para cooperação em inteligência, treinamento e recursos.
- Duração: 3 horas; anúncio público à tarde.
Riedel enfatizou: "Criamos condições para um enfrentamento inteligente ao crime, sem depender de outros estados para intervenção imediata."
| Estado | Governador | Crítica Principal a Lula |
|---|---|---|
| RJ | Cláudio Castro | Falta de coordenação federal |
| GO | Ronaldo Caiado | PEC "fake"; ADPF cria zona livre do crime |
| MG | Romeu Zema | Omissão em fronteiras |
| SC | Jorginho Mello | Ausência de apoio em recursos |
| MS | Eduardo Riedel | União estadual como alternativa |
| DF | Celina Leão | "Lacração" em vez de ações concretas |
Acusações de Omissão: Da PEC à ADPF
Caiado liderou críticas, chamando a PEC da Segurança Pública de "fake", pois "tudo aquilo que está na PEC já está em lei ordinária". Ele acusou a ADPF (Arguição de Descumprimento de Precepto Fundamental) de transformar o Rio em "zona livre do crime". Mello cobrou mais apoio federal em controle de fronteiras, enquanto Leão criticou o governo por "lacração" em vez de medidas reais. Zema e Riedel apoiaram a união estadual como resposta à "falta de parceria".
O consórcio rompe com isolamento, mas evita GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que exige pedido estadual e decisão presidencial.
Resposta Federal: União e Críticas Recíprocas
O governo Lula, via ministro Fernando Haddad, rebateu em coletiva de 29/10/2025: "O governador deveria acordar para o contrabando de combustíveis que financia o crime." Lula ofereceu vagas em presídios federais, Força Nacional e apoio forense, mas criticou a falta de comunicação prévia. Reunião Castro-Lula ocorreu em 29/10, mas sem avanços imediatos.
A PF considerou o plano da operação "irrazoável", recusando participação por competência estadual.
Implicações: Letalidade e União Estadual
A operação expõe falhas federativas, com 55% insatisfeitos com segurança (Datafolha, outubro de 2025). O consórcio pode unir estados em inteligência, mas ignora financiamento federal (R$ 10 bilhões na PEC). Especialistas preveem debate congressional sobre letalidade (1.200 mortes por PM em 2025, Fórum Brasileiro de Segurança Pública).
O "Consórcio da Paz" é visto como oportunista pré-2026, mas pode gerar regulamento efetivo para cooperação.
