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Publicado: 31 de outubro de 2025 às 14:53

Governadores Formam

Governadores de centro e direita, como Cláudio Castro (RJ), Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG), reuniram-se no Palácio Guanabara em 30/10/2025, formando o "Consórcio da Paz" para compartilhar estratégias contra o crime organizado

Governadores de centro e direita, incluindo Cláudio Castro (RJ), Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG), Jorginho Mello (SC), Eduardo Riedel (MS) e Celina Leão (vice do DF), além de Tarcísio de Freitas (SP) via vídeo, reuniram-se no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, em 30 de outubro de 2025, para formar o "Consórcio da Paz", uma aliança estadual para unir esforços contra o crime organizado. O encontro, dois dias após a operação Contenção – a mais letal da história do país, com 121 mortes nos complexos do Alemão e Penha – serviu como plataforma para acusações diretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticado por "omissão" na segurança pública. Caiado chamou a PEC da Segurança Pública de "fake", alegando que suas propostas já existem em lei ordinária, enquanto Jorginho Mello cobrou apoio federal em fronteiras e recursos para equipar polícias estaduais. Celina Leão acusou o governo federal de priorizar "lacração" em vez de ações concretas. A iniciativa propõe um regulamento para cooperação entre estados, mas evita pedir intervenção federal imediata, expondo tensões na federação e o descontentamento com a coordenação atual de segurança.

O "Consórcio da Paz" busca romper o isolamento estadual, compartilhando experiências e soluções, mas o tom crítico a Lula sinaliza uma oposição unificada em ano pré-eleitoral.

O Encontro e a Formação do "Consórcio da Paz"

A reunião, iniciada às 10h no Palácio Guanabara, reuniu líderes estaduais para discutir respostas integradas ao crime organizado, inspirada na operação Contenção, que mobilizou 2.500 agentes contra o Comando Vermelho (CV) e resultou em 113 prisões e 93 fuzis apreendidos, mas com saldo de 121 mortes. Castro, anfitrião, defendeu a ação como "rigorosa e legal", mas o foco foi na união estadual para compensar a "falta de apoio federal".

  • Participantes: Castro (RJ), Caiado (GO), Zema (MG), Mello (SC), Riedel (MS), Leão (DF); Freitas (SP) virtual.
  • Objetivo: Regulamento para cooperação em inteligência, treinamento e recursos.
  • Duração: 3 horas; anúncio público à tarde.

Riedel enfatizou: "Criamos condições para um enfrentamento inteligente ao crime, sem depender de outros estados para intervenção imediata."

 

EstadoGovernadorCrítica Principal a Lula
RJCláudio CastroFalta de coordenação federal
GORonaldo CaiadoPEC "fake"; ADPF cria zona livre do crime
MGRomeu ZemaOmissão em fronteiras
SCJorginho MelloAusência de apoio em recursos
MSEduardo RiedelUnião estadual como alternativa
DFCelina Leão"Lacração" em vez de ações concretas

Acusações de Omissão: Da PEC à ADPF

Caiado liderou críticas, chamando a PEC da Segurança Pública de "fake", pois "tudo aquilo que está na PEC já está em lei ordinária". Ele acusou a ADPF (Arguição de Descumprimento de Precepto Fundamental) de transformar o Rio em "zona livre do crime". Mello cobrou mais apoio federal em controle de fronteiras, enquanto Leão criticou o governo por "lacração" em vez de medidas reais. Zema e Riedel apoiaram a união estadual como resposta à "falta de parceria".

O consórcio rompe com isolamento, mas evita GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que exige pedido estadual e decisão presidencial.

Resposta Federal: União e Críticas Recíprocas

O governo Lula, via ministro Fernando Haddad, rebateu em coletiva de 29/10/2025: "O governador deveria acordar para o contrabando de combustíveis que financia o crime." Lula ofereceu vagas em presídios federais, Força Nacional e apoio forense, mas criticou a falta de comunicação prévia. Reunião Castro-Lula ocorreu em 29/10, mas sem avanços imediatos.

A PF considerou o plano da operação "irrazoável", recusando participação por competência estadual.

Implicações: Letalidade e União Estadual

A operação expõe falhas federativas, com 55% insatisfeitos com segurança (Datafolha, outubro de 2025). O consórcio pode unir estados em inteligência, mas ignora financiamento federal (R$ 10 bilhões na PEC). Especialistas preveem debate congressional sobre letalidade (1.200 mortes por PM em 2025, Fórum Brasileiro de Segurança Pública).

O "Consórcio da Paz" é visto como oportunista pré-2026, mas pode gerar regulamento efetivo para cooperação.