Trump encerra shutdown histórico: lei é sancionada e governo federal volta ao normal
Aprovação no Congresso evita paralisação prolongada, mas prazo curto pressiona por novo acordo orçamentário até janeiro de 2026
Em um alívio para milhões de servidores públicos e famílias americanas, o presidente Donald Trump assinou nesta quarta-feira a lei que põe fim à mais longa paralisação do governo dos Estados Unidos, conhecida como shutdown. A sanção veio horas após a Câmara dos Deputados aprovar o projeto por 222 votos a 209, em uma votação que destacou as divisões partidárias, mas também um raro consenso bipartidário.
O impasse, que durou semanas, começou quando o Congresso falhou em aprovar o orçamento anual antes do prazo legal, paralisando pagamentos a funcionários federais e serviços essenciais. A disputa central girou em torno de programas de saúde: democratas pressionavam pela prorrogação de assistências médicas, enquanto republicanos resistiram, propondo debater o tema em uma lei separada para dezembro.
Votação apertada e retornos caóticos O Senado havia aprovado o acordo na segunda-feira (10) por 60 a 40, abrindo caminho para a Câmara. A convocação urgente dos deputados, após 53 dias de recesso, gerou cenas inusitadas: voos atrasados e cancelados por falta de controladores aéreos afetados pelo shutdown forçaram alguns parlamentares a pegar caronas com colegas. No placar da Câmara, apenas dois republicanos — Thomas Massie, do Kentucky, e Greg Steube, da Flórida — votaram contra, enquanto seis democratas romperam com o partido para apoiar a medida.
Com o texto agora em vigor, o governo federal retoma operações plenas nos próximos dias. Servidores que ficaram sem salário — cerca de 800 mil afetados diretamente — e famílias de baixa renda dependentes de auxílios emergenciais, como o programa SNAP de alimentação, são os maiores beneficiados. O SNAP, aliás, ganha extensão até setembro de 2026, e os funcionários públicos estão protegidos contra demissões até o fim de janeiro.
Desafios à frente: um respiro temporário O acordo, no entanto, é paliativo: os recursos estão garantidos apenas até 30 de janeiro de 2026. Isso coloca pressão imediata sobre o Congresso para negociar um novo pacote orçamentário e evitar outra interrupção no início do ano. A recuperação da aviação civil, impactada pela falta de pessoal, pode demorar mais, com atrasos persistindo por semanas.
Trump celebrou a sanção em rede social, chamando-a de "vitória para o povo americano", enquanto líderes democratas, como a presidente da Câmara Nancy Pelosi, alertaram para a necessidade de "soluções permanentes" em saúde. Analistas veem o episódio como um teste para o bipartidarismo em um ano eleitoral volátil.
A paralisação, a mais longa da história dos EUA (superando os 21 dias de 2018-2019), custou bilhões à economia e expôs fragilidades no sistema orçamentário federal. Para mais detalhes, acesse o site oficial da Casa Branca.
