Nikolas Ferreira visita prisão de máxima segurança em El Salvador:
Deputado do PL-MG exalta modelo de Bukele contra o crime e defende rigor da lei no Brasil; visita segue a de Zema em maio e inspira propostas para caracterizar facções como terroristas
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) visitou na segunda-feira (18) o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), megaunidade de segurança máxima em El Salvador, onde ficou "frente a frente com os maiores bandidos do mundo". A viagem, divulgada em postagens no X (antigo Twitter), serviu para o parlamentar estudar o modelo de repressão ao crime implementado pelo presidente Nayib Bukele, que transformou o país de um dos mais violentos do mundo para o mais seguro das Américas. Ferreira elogiou as políticas de "rigor da lei" sem privilégios para criminosos e defendeu a aplicação de medidas semelhantes no Brasil, ecoando a visita do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em maio passado.
A unidade CECOT, inaugurada em 2023, abriga líderes de facções como a Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio 18, com capacidade para 40 mil detentos em condições de isolamento total. Bukele reduziu a taxa de homicídios de 103 para 2,4 por 100 mil habitantes desde 2019, com prisões em massa e classificação de gangs como terroristas – modelo que inspira debates no Brasil sobre o PL Antifacção.
“Do país mais violento ao mais seguro do mundo. Fui aprender de perto como El Salvador foi transformado pela política de Nayib Bukele. E sim, aqui os direitos humanos funcionam: sem privilégios, mordomias ou regalias para eles. Somente o firme rigor da lei. Aqui se paga – e muito caro”, escreveu Ferreira no X, compartilhando fotos da visita.
Visita de Nikolas: inspiração para o Brasil e elogios a Bukele
Ferreira, que desembarcou em San Salvador para uma agenda de dois dias, destacou o CECOT como exemplo de "justiça sem seletividade". Ele se reuniu com autoridades salvadorenhas para discutir a caracterização de organizações criminosas como terroristas – tema central no Brasil após megaoperações no Rio de Janeiro. O deputado, conhecido por pautas conservadoras, voltou com "esperança" de resgatar a paz no país, começando pela "transformação individual".
A viagem segue a de Zema em maio, quando o governador mineiro se encontrou com o vice-presidente salvadorenho Félix Ulloa para trocar experiências sobre segurança pública. Zema elogiou o modelo como "fundamental" para o Brasil combater o narcoterrorismo.
| Visitante | Data | Foco principal | Declaração chave |
|---|---|---|---|
| Nikolas Ferreira (PL-MG) | 18/nov/2025 | Estudo do CECOT e rigor contra gangs | "Aqui se paga – e muito caro. Volto com esperança para o Brasil" |
| Romeu Zema (Novo-MG) | Maio/2025 | Reunião com vice-presidente; anti-terrorismo | "Essas reuniões foram fundamentais para caracterizar organizações criminosas como terroristas" |
Modelo de Bukele: sucesso contra violência, mas com críticas
El Salvador, sob Bukele, adotou estado de exceção em 2022, prendendo mais de 80 mil supostos membros de gangs sem julgamento imediato, reduzindo homicídios em 95%. O CECOT, com custo de US$ 400 milhões, é símbolo dessa "mão de ferro", mas enfrenta denúncias de violações de direitos humanos pela Anistia Internacional, como superlotação e torturas. Bukele, reeleito em 2024 com 85% dos votos, ignora críticas e prioriza segurança como legado.
No Brasil, o modelo inspira o PL Antifacção, que endurece penas para facções como PCC e CV. Ferreira, que apoia a equiparação a terrorismo, vê no CECOT lição prática: "Sem mordomias para bandidos". Críticos, como o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), chamam de "populismo punitivo" que ignora causas sociais da violência.
A visita reforça o alinhamento de figuras de direita com Bukele, influente na América Latina. Para Ferreira, é "inspiração divina": "Que Deus nos guie para resgatar o Brasil".
