Moraes
Martin De Luca, defensor da Trump Media e Rumble, acusa ministro do STF de usar decisões para intimidar protestos pós-8 de janeiro; prisão preventiva de ex-presidente é "insulto" e "caça às bruxas",
O advogado norte-americano Martin De Luca, que representa a Trump Media & Technology Group e a plataforma Rumble em disputas contra censura, criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes por "transformar o medo em arma" no Brasil. Em postagens no X (antigo Twitter) na segunda-feira (23), De Luca afirmou que muitos brasileiros pararam de protestar contra decisões do STF após os atos de 8 de janeiro de 2023, temendo se tornarem alvos. A declaração veio em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja prisão preventiva decretada por Moraes na madrugada de sábado (22) foi descrita como um "insulto" e escalada de uma "caça às bruxas", com fundamentos "frívolos que beiram a sátira".
De Luca, que atuou em casos de liberdade de expressão nos EUA, enfatizou que só os brasileiros podem superar o medo com protestos nas ruas, pois nem os Estados Unidos, nem Donald Trump, podem intervir sozinhos. A crítica ocorre dias após o governo Trump suspender tarifas sobre produtos brasileiros, medida que De Luca ironizou como "recompensa" pelo que chama de perseguição judicial.
“Muitos continuam me escrevendo em particular dizendo: ‘Os brasileiros não estão protestando porque têm medo.’ ‘Após 8 de janeiro, Moraes transformou o medo em arma. Qualquer um pode ser o próximo alvo.’ Sociedades só superam o medo quando seus cidadãos se unem e deixam claro que ‘já chega’”, escreveu De Luca no X, em 23 de setembro de 2025, atualizando sua visão sobre a prisão de Bolsonaro.
Críticas à prisão de Bolsonaro: "fundamentos frívolos" e risco de fuga
De Luca questionou os argumentos do STF para a prisão preventiva de Bolsonaro, decretada por Moraes na Petição 14.129 (investigação de coação no curso do processo). Ele listou três pontos "insustentáveis": violação não especificada da tornozeleira eletrônica (sem evidências); uma vigília pacífica de oração convocada por Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio; e a proximidade da residência de Jair (13 km) com a Embaixada dos EUA. Sob a lei brasileira, prisão preventiva exige prova concreta de risco de fuga ou obstrução, o que De Luca vê como ausente.
A prisão, cumprida às 6h20 de sábado (22), transferiu Bolsonaro para a Superintendência da PF em Brasília, em sala de Estado. Ela não executa a pena de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe – que aguarda trânsito em julgado –, mas reforça a domiciliar de 100 dias por descumprimento de cautelares. A defesa prepara habeas corpus, alegando "ilegalidade".
| Argumento do STF (segundo De Luca) | Crítica de De Luca | Contexto legal |
|---|---|---|
| Violação da tornozeleira | "Não especificada, sem evidências ou explicação" | Alegada tentativa de rompimento por "alucinação" de medicamentos |
| Vigília de oração | "Pacífica, mas vista como risco" | Convocada por Flávio para rezar pela saúde do pai |
| Proximidade com embaixada dos EUA | "Incrivelmente frívolo, beira sátira" | Residência de Bolsonaro a 13 km da representação americana |
Contexto: apoio de Trump e tensão Brasil-EUA
De Luca, que defendeu Trump em disputas judiciais, vê a prisão como retaliação após os EUA suspenderem tarifas sobre produtos brasileiros (como carne e café) em novembro de 2025 – medida parcialmente motivada por críticas ao "caça às bruxas" contra Bolsonaro. Ele ironizou: "Logo após os EUA zerarem tarifas ao Brasil (impostas em parte pela caça às bruxas contra Bolsonaro), o STF responde com prisão preventiva. Coincidência?".
A declaração reflete apoio republicano a Bolsonaro, com Trump chamando-o de "líder forte" em outubro. No Brasil, bolsonaristas usam o episódio para mobilizar, enquanto o governo Lula mantém silêncio, atribuindo a decisão a Moraes como "isolada".
Analistas veem em De Luca um porta-voz informal de Trump na América Latina, ampliando a polarização pré-2026. A prisão preventiva, temporária, pode ser revogada, mas reforça o embate entre STF e bolsonarismo.
