Produtor gaúcho faz apelo viral por mais consumo de arroz
Fábio Eckert alerta para colapso da cadeia sustentável no RS, maior produtor nacional; custos superam R$ 85/saco, mas venda é a R$ 65, com perdas de R$ 20 por unidade na próxima safra
O produtor de arroz Fábio Eckert, de Tapes (RS), viralizou nas redes sociais com um vídeo em que faz um apelo emocionado pela maior valorização e consumo do grão, alertando que, sem isso, a lavoura sustentável pode entrar em colapso. Gravado em sua propriedade, o registro já soma centenas de milhares de visualizações e destaca o risco para toda a cadeia produtiva, comparando o cenário ao declínio do leite no país. Eckert enfatiza o processo manual e ecológico da produção no Rio Grande do Sul – estado responsável por 70% do arroz nacional –, mas cobra ação de entidades para promover o produto, considerado "o melhor do mundo".
O vídeo, postado no Instagram e compartilhado por perfis agro, reflete a crise do setor: com custos de produção acima de R$ 85 por saca e preços de venda entre R$ 60 e R$ 65, produtores enfrentam perdas de R$ 20 por unidade na safra 2024/25. Apesar de recorde de produtividade (9.044 kg/hectare no arroz irrigado), enchentes recentes destruíram mais de 45 hectares – equivalente a 70 campos de futebol –, agravando a insustentabilidade.
“Se você não consumir uma colher de arroz a mais por semana, nossa lavoura pode desaparecer. Aqui, no Rio Grande do Sul, temos o melhor arroz do mundo, rico, nutritivo, barato e milenar. É um cenário insustentável”, desabafou Eckert no vídeo, pedindo compartilhamentos mesmo com "apenas 200 ou 300 visualizações" para amplificar a mensagem.
Crise no arroz gaúcho: custos altos e consumo em queda
O Rio Grande do Sul colheu mais de 7 milhões de toneladas na safra 2023/24 (dados do Instituto Rio Grandense do Arroz - IRGA), mas o consumo per capita nacional caiu de mais de 40 kg/ano em 1985 para níveis atuais abaixo de 30 kg, segundo a Embrapa. Eckert critica a falta de campanhas promocionais, que desvalorizam o produto em supermercados e refeições diárias.
Comparativo da safra recente:
| Indicador | 2023/24 | 2024/25 (proj.) | Desafio principal |
|---|---|---|---|
| Produção total (toneladas) | 7 milhões | Record de produtividade (9.044 kg/ha) | Enchentes destruíram 45 ha (5% da área plantada) |
| Custo de produção (R$$ /saca) | > R $$ 85 | > R$ 85 | Preços de venda R$ 60-65; perda de R$ 20/saca |
| Consumo per capita (kg/ano) | < 30 | Em queda desde 1985 | Falta de promoção e valorização |
| Empregos gerados | Milhares | Sustentável, mas em risco | Colapso pode afetar cadeia inteira (agricultores, indústrias) |
Eckert cobra união de sindicatos, entidades federais e organizações rurais para campanhas publicitárias, como as do leite ou soja.
Apelo de Eckert: "Compartilhem para salvar a lavoura"
No vídeo de 2 minutos, gravado em meio a plantações, Eckert descreve o trabalho manual e sustentável: "Nós plantamos com as mãos, colhemos com orgulho, mas sem consumo, tudo acaba". Ele compara o risco ao declínio da pecuária leiteira e pede ação coletiva: "Mesmo poucas visualizações fazem diferença. Compartilhem para que a mensagem chegue longe".
O post viralizou entre perfis agro e influenciadores, com apoio de entidades como a Farsul (Federação de Agricultura do RS), que ecoa o alerta: "O arroz é pilar da mesa brasileira; sem apoio, perdemos soberania alimentar".
Impacto no agro: risco de colapso e necessidade de promoção
O RS, com 70% da produção nacional, enfrenta desafios climáticos e econômicos: enchentes de 2024 destruíram 5% da área plantada, mas investimentos em genética elevaram a produtividade. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) apoia o apelo, cobrando políticas para elevar o consumo e valorizar o produtor familiar.
Para Eckert, o arroz é "nutritivo e acessível", mas precisa de visibilidade. Consumidores, experimentem uma porção a mais no prato – pode salvar uma lavoura.
