Vitória Política de Michelle Bolsonaro Surpreende Centrão e Limita Poderes dos Filhos de Jair
Ex-primeira-dama consolida influência evangélica com alianças no PL e PSDB; filiação a partido e possível candidatura ao Senado pelo DF enfraquecem Flávio, Carlos e Eduardo
A ascensão política de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, pegou de surpresa o Centrão e gerou fissuras no clã familiar, limitando o espaço de manobra dos filhos de Jair Bolsonaro (PL) na direita brasileira. Após uma vitória simbólica em convenção do PL no Distrito Federal, onde Michelle articulou alianças com evangélicos e moderados, o Centrão – bloco que controla o Congresso – avalia que ela se consolida como força independente, podendo disputar o Senado pelo DF em 2026. A manobra, que inclui filiação ao PL e proximidade com o PSDB, enfraquece Flávio (senador, PL-RJ), Carlos (vereador, Republicanos-RJ) e Eduardo (deputado, PL-SP), que veem na ex-primeira-dama uma rival interna, especialmente após sua crítica à aliança com Ciro Gomes no Ceará. O episódio expõe divisões na direita pré-eleitoral, com Jair, preso desde 22 de novembro, perdendo influência familiar.
A vitória de Michelle veio em convenção do PL-DF no sábado (29), onde ela defendeu uma "nova direita unida e cristã", garantindo apoio de 70% dos delegados locais. A articulação incluiu negociações com o PSDB, abrindo portas para coligações em estados chave como RJ e SP.
“Michelle representa uma direita mais moderada e evangélica, que atrai o Centrão. Os filhos de Bolsonaro são radicais demais para 2026; ela limita o poder deles ao roubar espaço no eleitorado religioso”, analisou um deputado do PP, sob anonimato.
Ascensão de Michelle: de primeira-dama a candidata ao Senado
Michelle, que se filiou ao PL em março de 2025, consolida sua influência evangélica com visitas a templos e discursos sobre família e valores cristãos. Sua possível candidatura ao Senado pelo DF, com pesquisas internas apontando 35% de intenção de voto entre evangélicos (30% do eleitorado), surpreende o Centrão, que via nela uma figura ornamental. A vitória na convenção DF garantiu controle local do PL, abrindo negociações para federações com PSDB e Republicanos.
Os filhos de Jair reagiram com críticas veladas: Flávio tuitou sobre "união familiar", mas fontes próximas revelam tensão após o episódio do Ceará. Eduardo, em lives, defendeu "lealdade ao pai", mas Michelle ganhou autonomia com apoio de Valdemar Costa Neto (PL), que a vê como ponte para o Centrão.
| Fator | Vitória de Michelle | Limitação aos filhos |
|---|---|---|
| Alianças evangélicas | Controle de 70% delegados PL-DF | Reduz espaço de Eduardo (PL-SP) em igrejas |
| Negociações com Centrão | Aproximação com PP e PSDB | Enfraquece Flávio (PL-RJ) como articulador |
| Candidatura ao Senado DF | Pesquisas: 35% intenção de voto | Carlos (Republicanos-RJ) perde base moderada |
| Apoio de Valdemar (PL) | Autonomia política | Jair perde influência indireta na família |
Implicações para 2026: direita dividida e Centrão em xeque
O Centrão, que negocia com Lula e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), vê Michelle como ativo para moderar a direita, mas teme ruptura com os filhos de Jair. A ex-primeira-dama, com patrimônio de R$ 10 milhões e rede evangélica, pode atrair 15% do voto feminino conservador, segundo Datafolha. Para 2026, sua candidatura ao Senado DF desafia o PT local e enfraquece a base bolsonarista.
Jair, preso, teria autorizado a filiação de Michelle ao PL, mas fontes familiares indicam "ciúmes" dos filhos. O PL minimiza: "A família está unida pelo Brasil". Analistas preveem que Michelle roube holofotes, limitando os filhos a nichos radicais.
Atualizações virão com filiação oficial e pesquisas para 2026.
