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Publicado: 04 de dezembro de 2025 às 10:04

Nubank avança para se tornar banco oficial: pedido de licença em 2026 reforça posição no mercado brasileiro

O Nubank, maior plataforma de serviços financeiros digitais do mundo, com cerca de 110 milhões de clientes no Brasil, anunciou que iniciará em 2026 o processo para obter licença do Banco Central

O Nubank, maior plataforma de serviços financeiros digitais do mundo, com cerca de 110 milhões de clientes no Brasil, anunciou que iniciará em 2026 o processo para obter licença de banco junto ao Banco Central. A medida é uma resposta direta a uma nova regra regulatória que reserva o uso dos termos “banco” e “bank” exclusivamente para instituições autorizadas, forçando a fintech a formalizar sua operação para manter a credibilidade e a identidade de marca.

O que muda (e o que não muda) para o Nubank

Atualmente, o Nubank opera como uma Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), Instituição de Pagamento (IP), Sociedade de Crédito Direto (SCD), Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCF) e Corretora de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM). Essas licenças já permitem a oferta de contas digitais, cartões de crédito, empréstimos, investimentos e corretagem de valores, atendendo a todas as normas vigentes de capital e liquidez.

Com o pedido de licença bancária, previsto para 2026 (sem data exata divulgada), o Nubank não espera alterações substanciais em sua estrutura financeira ou operacional. “Isso não impacta nossa solidez”, afirmou Livia Chanes, CEO do Nubank no Brasil, em comunicado oficial. A marca “Nu” continuará como identificador principal em cartões, apps e comunicações, preservando a identidade visual e a experiência do usuário.

Contexto regulatório: a regra do Banco Central que acelera a mudança

A norma do Banco Central do Brasil (BC), que entra em vigor imediatamente, visa proteger o consumidor e evitar confusões no mercado financeiro. A partir de agora, apenas bancos licenciados podem usar termos como “banco” em suas comunicações, o que afeta diversas fintechs que adotavam a nomenclatura de forma informal. Para o Nubank, a adaptação é estratégica: em 12 anos de operação, a empresa já bancarizou cerca de 28 milhões de brasileiros que estavam fora do sistema tradicional, e formalizar o status como banco pode fortalecer sua expansão.

Impactos no mercado brasileiro e na concorrência

Para o setor, a regra pode ser mais prejudicial a players menores, com menor reconhecimento de marca, que terão de reestruturar comunicações e possivelmente buscar licenças semelhantes. O Nubank, por outro lado, sai na frente: com sua escala massiva (110 milhões de clientes no país), a transição reforça sua liderança em um mercado de fintechs em expansão, onde o crédito digital e os investimentos crescem a taxas de dois dígitos anuais.

Especialistas preveem que isso incentive uma onda de consolidações: startups menores podem ser absorvidas por gigantes como Nubank ou bancos tradicionais (Itaú, Bradesco), acelerando a digitalização do sistema financeiro. No curto prazo, não há mudanças para os clientes do Nubank – contas, rendimentos e serviços seguem inalterados.

O futuro da fintech que virou gigante

Fundado em 2013 como uma alternativa aos bancos tradicionais, o Nubank revolucionou o acesso ao crédito no Brasil, especialmente entre classes C e D. Hoje, avaliado em mais de US$ 50 bilhões na bolsa de Nova York (Nu Holdings), o pedido de licença é mais um passo em sua maturidade. Chanes reforça: “Nossa missão de simplificar a relação das pessoas com o dinheiro permanece inabalável”.

Resta saber se essa formalização trará novas oportunidades, como expansão em produtos bancários complexos (ex.: contas correntes corporativas ou seguros), ou se servirá de alerta para o ecossistema fintech: regular é preciso, mas inovar é essencial. O Brasil, com sua base de 210 milhões de habitantes e baixa bancarização em regiões remotas, segue como o maior laboratório global para o modelo Nubank.