Ferrari Daytona SP3: o superesportivo que paga o IPVA mais caro de São Paulo em 2026
Modelo de luxo avaliado em dezenas de milhões de reais lidera ranking de imposto sobre veículos no estado, refletindo exclusividade e regras tributárias
O superesportivo Ferrari Daytona SP3 foi apontado como o carro que paga o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) mais alto em São Paulo para 2026, com um valor que ultrapassa R$ 731 mil devido à sua avaliação venal superior a R$ 18 milhões. Esse posicionamento chama atenção não apenas pelo preço elevado, mas também pela combinação entre exclusividade do modelo e as regras de tributação aplicadas no estado, que tem uma das alíquotas mais altas do país para automóveis de luxo.
O caso ilustra como veículos de alto padrão são afetados por sistemas fiscais que levam em conta o valor venal declarado no cálculo do imposto, e serve como termômetro para debates mais amplos sobre tributação, mobilidade e perfil de consumo no Brasil.
O que torna a Ferrari Daytona SP3 tão rara e cara
A Ferrari Daytona SP3 não é um carro comum. Trata-se de um superesportivo de alto desempenho e produção extremamente limitada, criado pela prestigiosa marca italiana para homenagear sua história nas pistas de Daytona, nos Estados Unidos. O modelo faz parte de uma série exclusiva da montadora, com apenas algumas centenas de unidades produzidas, o que eleva tanto seu valor de mercado quanto o interesse entre colecionadores e entusiastas.
O conjunto mecânico impressiona: equipado com um motor V12 naturalmente aspirado de alta cilindrada e sem sistemas híbridos, o veículo entrega potência e desempenho em níveis superlativos, capazes de levar o carro de 0 a 100 km/h em poucos segundos e alcançar velocidades máximas que desafiam muitos modelos de produção automotiva regular.
Esse motor, junto com o design inspirado em carros de corrida clássicos e a engenharia de ponta aplicada em sua construção, faz da Daytona SP3 um dos exemplares mais desejados do portfólio da Ferrari atualmente.
Como o IPVA é calculado para veículos de luxo
No Brasil, o IPVA é calculado a partir do valor venal do veículo, que representa uma estimativa de quanto ele poderia ser vendido no mercado na data de referência utilizada pelo governo. Em São Paulo, o percentual aplicado sobre esse valor venal é de 4% para automóveis de passeio, o que significa que veículos mais caros geram impostos proporcionais muito maiores.
Com a Ferrari Daytona SP3 avaliada em mais de R$ 18 milhões, o cálculo do imposto para 2026 resultou em um valor superior a R$ 730 mil, tornando-o o principal destaque no ranking dos carros que mais pagam IPVA no estado. Esse valor é significativamente maior do que o imposto cobrado de modelos de luxo já conhecidos e muito acima da média da frota automobilística comum.
Exclusividade e impacto tributário
A exclusividade do modelo — com produção limitada a poucas centenas de unidades em todo o mundo — resulta em preços astronômicos que, por sua vez, elevam o imposto. Em estados com alíquotas menores, veículos igualmente caros pagariam menos, mas em São Paulo a combinação de alto valor venal e alíquota de 4% se traduz em cifras recordes.
Além disso, veículos raros e importados estão sujeitos a custos adicionais desde a importação, o que também contribui para elevar sua base de cálculo tributária, mesmo que esses encargos não façam parte diretamente do IPVA.
Repercussão entre proprietários e colecionadores
Para proprietários e colecionadores de automóveis de alto valor, o pagamento de um IPVA tão elevado costuma ser encarado como parte dos custos associados à manutenção de bens de luxo. Apesar do valor significativo, esse público geralmente considera o imposto apenas mais um fator dentro de um universo de despesas que inclui seguro, armazenamento, manutenção especializada e, em muitos casos, transporte especial.
Por outro lado, a visibilidade do valor pago pela Ferrari Daytona SP3 também movimenta discussões entre entusiastas e economistas sobre a progressividade da tributação de bens de luxo e sobre a relação entre valor de mercado e obrigação fiscal.
Comparação com outros veículos de alto valor
Modelos de luxo e esportivos de alto desempenho figuram frequentemente no topo das tabelas de IPVA devido ao seu elevado valor venal, mas poucos alcançam os patamares da Daytona SP3 em São Paulo. Enquanto carros de luxo tradicionais podem gerar valores significativos, a combinação de exclusividade, alto desempenho e elevado preço de venda coloca esta Ferrari em um patamar à parte.
O que isso significa para o mercado automotivo
Esse episódio evidencia como o mercado de carros de alto luxo influencia indicadores tributários e aponta para desafios de políticas públicas no tratamento de bens de alto valor. A presença de um veículo com IPVA acima de R$ 700 mil mostra a magnitude do imposto quando aplicado a um segmento tão restrito, expondo uma interseção entre luxo, legislação fiscal e percepção pública sobre tributação de propriedade.
Perspectivas para proprietários e futuros compradores
Para futuros compradores de veículos de luxo ou superesportivos no Brasil, o exemplo da Daytona SP3 funciona tanto como referência de custo total quanto como alerta sobre as implicações fiscais a serem consideradas. Além do valor de aquisição, o IPVA e outros encargos associados ao veículo devem ser ponderados no planejamento financeiro.
A discussão sobre tributação de bens de alto valor segue em pauta, com debates que envolvem eficiência fiscal, justiça tributária e impacto sobre o consumo de produtos premium. Enquanto isso, a Ferrari Daytona SP3 permanece como símbolo máximo de exclusividade automotiva que, inevitavelmente, paga um dos maiores impostos veiculares do país.
