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Publicado: 08 de novembro de 2024 às 11:55

Obra de arte gerada por robô quebra recordes e arrecada R$ 6,1 milhões

Leilão histórico marca o sucesso de uma criação robótica no mercado de arte, superando expectativas

Um retrato do matemático inglês Alan Turing, intitulado “A.I. God”, fez história na última quinta-feira (7) ao se tornar a primeira obra de arte criada por um robô humanoide a ser vendida em leilão. Com 2,2 metros de altura, a peça foi desenvolvida pelo robô ultra-realista Ai-Da e foi arrematada por US$ 1,08 milhão, o equivalente a cerca de R$ 6,15 milhões. A criação de Ai-Da foi o resultado de um projeto que envolveu a colaboração de especialistas em arte moderna e inteligência artificial.

A venda da obra foi realizada pela casa de leilões Sotheby’s e foi considerada um marco significativo na história da arte contemporânea, destacando a crescente fusão entre tecnologia de inteligência artificial e o mercado global de arte. A transação ilustra como a arte gerada por máquinas está ganhando cada vez mais aceitação e reconhecimento entre colecionadores e críticos.

O retrato de Turing, que se tornou famoso como matemático, pioneiro da informática e criptógrafo durante a Segunda Guerra Mundial, carrega uma carga simbólica. A peça, com seus tons apagados e planos faciais distorcidos, evoca questões levantadas por Turing na década de 1950, quando ele expressou preocupações sobre os impactos da inteligência artificial no futuro. O retrato não apenas homenageia sua figura histórica, mas também serve como uma reflexão sobre os desafios éticos e sociais associados ao avanço da tecnologia.

A obra de arte convida os espectadores a refletirem sobre a natureza da inteligência artificial e sua relação com o conceito de divindade, ao mesmo tempo em que questiona as implicações do uso crescente da IA na sociedade moderna. A venda representa um novo capítulo no diálogo entre a arte, a tecnologia e os dilemas éticos do nosso tempo.