Google pode ser forçado a vender o Chrome? Probabilidade é baixa, mas impacto seria significativo e ação cai
Analistas do banco disseram que muitos investidores com quem conversaram nos últimos dias estão céticos quanto à capacidade do Google de adquirir o Chrome.
As ações da Alphabet, controladora do Google, caíram drasticamente depois que o Departamento de Justiça dos EUA disse que o Google deve vender seu navegador Chrome e corre o risco de interromper seu poder no mercado de buscas online. Na reunião desta quinta-feira (21), as ações fecharam em queda de 4,56% naquele dia, a US$ 169,24.
Embora o Itaú BBA veja poucas oportunidades de vendas para o Chrome, o potencial para essa mudança é alto.
Analistas do banco disseram que muitos investidores com quem conversaram nos últimos dias estão céticos quanto à capacidade do Google de adquirir o Chrome. A principal questão que se coloca é a implementação do acordo devido ao domínio do Google no mercado de buscas. Muitos navegadores ganham dinheiro com as pesquisas do Google, por isso é difícil encontrar compradores para o Chrome. O Itaú BBA disse que a Microsoft seria uma fornecedora natural de navegadores porque pode ganhar dinheiro por meio de sua plataforma de busca Bing.
O Chrome controla atualmente 67% do mercado de navegadores e, combinado com os navegadores padrão do Google (Chrome e Safari), a empresa detém 85% do mercado global. A análise da BBA mostra que se forem tidos em conta os dados da Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA), a quota de mercado do Google rondaria os 93%, o que poderia levar a problemas diversos dependendo da situação e das circunstâncias. Isso mostra a complexidade do caso e seu impacto em cada movimento da empresa.
O Banco Itaú BBA sugeriu que se o Google fosse forçado a vender o Chrome, a participação de mercado do navegador provavelmente se ajustaria aos mesmos padrões vistos em outros navegadores populares, como Safari e Edge. Isto significa que, numa situação hipotética, o Chrome pode perder a maior parte do seu domínio de mercado, sugerindo uma estrutura mais equilibrada de distribuição de utilizadores entre navegadores.
De acordo com a análise do banco, se a participação do Google Search no Chrome e Safari diminuir para cerca de 97%, e o Edge permanecer em torno de 30%, o impacto nas receitas do Google Search será pequeno, nomeadamente apenas uma diminuição. 5% da receita de pesquisa online da empresa. No entanto, o impacto poderá ser maior se o Google perder mais participação de mercado, até 99% nos navegadores convencionais (Chrome e Safari) e até 50% no Edge. Nesse caso, o impacto na receita da Pesquisa Google pode chegar a 30%, o que pode significar enormes prejuízos para as grandes empresas de tecnologia.
Embora a probabilidade de tais mudanças seja considerada baixa, o Itaú BBA está cauteloso quanto ao futuro do Google, observando que a empresa continua sob pressão de fatores competitivos e regulatórios, especialmente aqueles relacionados a questões antitruste. O banco também mencionou que restrições ou possíveis alterações no acordo de exclusividade entre Google e Apple em relação à busca padrão em dispositivos Apple podem piorar esta situação. Dadas essas incertezas, o Itaú BBA mantém recomendação de *market perform*, o que significa uma visão neutra sobre as ações do Google no momento, dados os riscos associados a uma possível queda nas receitas de contratos de pesquisa..