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Publicado: 03 de janeiro de 2025 às 10:52

Robôs de entrega de comida: A revolução que está pronta para mudar tudo

Descubra como a tecnologia está transformando a forma como recebemos nossos pedidos – e o que isso significa para o futuro das entregas.

Em um passeio matinal por Los Angeles, uma cidade famosa por suas palmeiras, o sol radiante e influenciadores fitness, surge uma nova cena cada vez mais comum: robôs de entrega, com seus olhares curiosos, circulando pelas calçadas e levando burritos afrescos de café da manhã. Esta aparência tem crescido consideravelmente, e Los Angeles se tornou um epicentro dessa inovação. A Serve Robotics, uma das principais empresas desse segmento, está à frente desse movimento, operando um programa de entregas na cidade. A empresa, que tem ações específicas na bolsa, se uniu ao Uber Eats e anunciou planos ambiciosos de expansão de sua frota para até 2.000 robôs em várias localidades. Outras empresas também estão ganhando destaque, como a Coco, que já completou mais de 400 mil entregas, e a Starship, que superou 8 milhões de entregas em uma variedade de locais, incluindo áreas urbanas e campi universitários. Uma das principais vantagens dos robôs de entrega é a sua capacidade de estacionar diretamente na porta dos restaurantes ou residências, ao contrário dos veículos autônomos que precisam estacionar mais distantes, dificultando a experiência para comerciantes e clientes. Além disso, o custo de fabricar e desenvolver esses robôs é significativamente mais baixo do que os veículos independentes, o que torna a tecnologia mais acessível e escalável. Além de oferecer maior conveniência para os clientes, os robôs também têm um impacto positivo no trânsito. Eles ajudam a reduzir o congestionamento, movendo-se pelas calçadas em vez de ocupar as ruas. Como a Serve Robotics destaca: “Por que entregar burritos de 1 kg em carros de 2 toneladas?”. A empresa afirma que 95% das entregas são feitas dentro do prazo, em comparação com 83% das entregas tradicionais, tornando os robôs mais rápidos e eficientes, especialmente em áreas urbanas densas. No entanto, essa revolução tecnológica não vem sem desafios. Embora os robôs ajudem a reduzir o tráfego, a segurança deles nas calçadas pode criar novos obstáculos para os pedestres. A experiência de empresas de micromobilidade, como Bird e Lime, já pode mostrar que calçadas congestionadas levam a regulamentações mais rígidas. Outro ponto de preocupação é a limitação de velocidade dos robôs de entrega. Por exemplo, os robôs da Starship operam a uma velocidade máxima de 6 km/h, o que pode resultar em longos tempos de espera para os clientes, especialmente em entregas de maior distância. Isso limita a eficiência desses robôs, que funcionam melhor em áreas urbanas mais compactas. Além disso, há uma questão de sustentabilidade financeira. Mesmo com um modelo de negócios promissor, as empresas de robótica de entrega ainda enfrentam desafios econômicos. A Serve Robotics, que tem uma média de 59 robôs ativos diariamente, registrou uma receita de US$ 221,5 mil no terceiro trimestre de 2024. No entanto, suas despesas operacionais superaram os US$ 8 milhões no mesmo período, o que indica que , mesmo com uma frota expandida, a empresa terá que encontrar novas fontes de receita ou reduzir custos para garantir a previsão a longo prazo. A estratégia da Serve de expandir sua atuação para além das entregas de alimentos também está em andamento. Recentemente, adquiriu a Vebu, uma empresa focada em robótica alimentar. A aquisição reflete a busca por sinergias entre robôs de entrega e robôs de cozinha. A Vebu é responsável pelo Autocado, um dispositivo que automatiza o processo de preparação de abacates, e com a tecnologia da Serve, pode haver uma integração que permite sincronizar as entregas com os processos de cozinha. O mercado de entrega de alimentos está em plena expansão, com receitas projetadas para atingir US$ 350 bilhões (cerca de R$ 2.155 trilhões) nos Estados Unidos em 2024. No entanto, o setor de restaurantes é ainda maior, com vendas estimadas em EUA $ 1,4 trilhões (aproximadamente R$ 8,62 trilhões) no mesmo ano. Isso levanta uma questão: será que o futuro das entregas de alimentos não dependerá tanto de robôs de entrega, mas sim de robôs que cozinham nas cozinhas? O mercado está se transformando rapidamente e as oportunidades são vastas. O futuro das entregas de alimentos pode ser muito mais complexo e dinâmico do que imaginamos, e com as inovações tecnológicas em constante evolução, podemos estar prestes a testemunhar uma revolução na indústria.