De US$ 108 Mil para US$ 90 Mil: o que explica a queda do bitcoin?
Mesmo com uma queda de 15%, especialistas revelam por que ainda acreditam no potencial do Bitcoin.
Bitcoin cresce em 2024: volatilidade atinge alta histórica
O Bitcoin apresentou uma valorização massiva de 184%, consolidando-se como a melhor moeda em 2024. A popularidade das criptomoedas dominou as manchetes, atraiu a atenção de investidores em todos os lugares e até se tornou um tópico importante na eleição presidencial dos EUA. A promessa do presidente Donald Trump de adotar políticas voltadas para criptomoedas aumentou o otimismo do mercado. O resultado é um preço de Bitcoin de US$ 108.135 em 20 de dezembro de 2024. No entanto, as coisas logo mudaram. Algumas semanas após o evento, os preços começaram a cair e estavam prestes a ultrapassar a marca de US$ 90.000 — o menor nível desde a eleição de novembro. A principal criptomoeda do mundo caiu 15% desde seu início, acabando com as esperanças de um ciclo de alta contínuo, apelidado de "era de ouro".
Mudança instrucional ou correção temporária?
A ascensão meteórica do Bitcoin foi impulsionada pelo otimismo sobre o novo governo Trump, que apoia a regulamentação do mercado de criptomoedas e permite que títulos do Tesouro sejam incluídos em moedas digitais. Outra fonte de confiança é a influência do defensor das criptomoedas Elon Musk. No entanto, o ambiente econômico global se tornou desafiador. Instituições financeiras como o Bank of America e o Goldman Sachs alertaram que, se a possibilidade de um aumento das taxas em 2025 não for eliminada, o plano de corte de taxas iniciado em setembro de 2024 terminará. Investir em títulos do governo tem menor risco e ativos voláteis como Bitcoin oferecem retornos mais atrativos. O CEO da Underblock, Vinicius Bazan, observou que a mudança no governo dos EUA criou iniciativas valiosas que permitiram que o mercado de economia de dados se desenvolvesse de forma mais rápida e lucrativa. “O declínio do Bitcoin está relacionado a mudanças nas condições macroeconômicas e no apetite ao risco”, explicou Bazin. O especialista da Empiricus Gestão, Marcelo Cestari, destaca outros dois comunicados: o colapso de dados bancários nos EUA, os US$ 6,5 bilhões em vendas de Bitcoin apreendidos pelo Departamento de Justiça e o caso Silk Road. Ele acredita que a incerteza sobre as perspectivas da posse de Trump e a política monetária do Federal Reserve estão alimentando o aumento nos preços do ouro. Ainda assim, Sestari disse acreditar que o Bitcoin continuará sendo uma reserva de valor valiosa que muitos investidores buscam como proteção contra a inflação.
Perspectivas futuras
Bazan acredita que a volatilidade continuará marcando o mercado de criptomoedas em 2025, mas prevê uma rápida recuperação começando com o novo governo dos EUA. “O Bitcoin estava oscilando há algum tempo antes de subir significativamente. “As correções não estão funcionando agora”, disse ele. Sestari compartilha o mesmo otimismo, descrevendo um novo sistema de ascensão. “Acreditamos que a alta continuará em 2025 e será tão promissora quanto 2021 e 2017. Correções de 30% aconteceram várias vezes no passado, mas isso faz parte do movimento normal do mercado”, concluiu.