Por que empreender custa mais caro para as mulheres?
Descubra os desafios ocultos que tornam o caminho do empreendedorismo mais caro e complicado para as mulheres e o que pode ser feito para mudar isso.
Alcançar a independência financeira tem sido historicamente difícil para as mulheres. Até alguns anos atrás, as leis restringiam a liberdade econômica das mulheres: até 1962, as mulheres casadas ainda precisavam da permissão dos maridos para abrir uma conta bancária ou trabalhar, e essa permissão podia ser retirada a qualquer momento. Para muitas pessoas, começar um negócio é um sonho distante. Essa mudança ocorreu com a entrada em vigor da Lei do Casamento Feminino.
Embora tenham sido feitos progressos sem precedentes desde então, os problemas persistem. O acesso ao crédito para mulheres empreendedoras ainda é uma jornada repleta de desigualdade de gênero. Cristina Vieira Araújo, do Sebrae Nacional, disse que a má liderança afeta a percepção das pessoas sobre as instituições financeiras. “As mulheres representam 38,5% das pequenas empresas que recebem empréstimos no Brasil, mas enfrentam mais desafios e têm menos probabilidade de prosperar”, disse ela. 2023 Pesquisa do Sebrae, nos últimos seis meses, pequenos negócios de mulheres. Nos EUA, 45% dos solicitantes de empréstimos têm seus pedidos rejeitados, e quase 30% não citam nenhum motivo para a rejeição. A situação é ainda pior para as mulheres negras, que representam metade de todos os empreendedores americanos. Segundo pesquisa do Sebrae e da FGV, elas enfrentam taxas de exclusão 50% maiores que as mulheres brancas.
O alto custo de abrir um negócio
Devido à falta de acesso fácil ao crédito tradicional, 43% das mulheres empreendedoras recorrem aos cartões de crédito, que têm as maiores taxas de juros nas empresas. Além disso, embora as taxas iniciais sejam semelhantes às dos homens (cerca de 7%), as mulheres pagam mais: uma média de 40% ao ano, em comparação com 36,8% dos homens. Nos estados de Sergipe e Ceará, a diferença ultrapassa 20%. Áreas como Norte e Nordeste enfrentam desafios adicionais, como menos instituições financeiras e desenvolvimento residencial limitado. Araujo disse que nessas regiões, as mulheres enfrentam uma desvantagem dupla com base em seu gênero e origem econômica.
Pequeno empréstimo
Apesar de representarem 40% das pequenas empresas, as mulheres têm acesso apenas a 29% do capital disponível, em comparação com 71% dos homens. Essa lacuna revela não apenas problemas econômicos, mas também o desejo de ver o que pensam as líderes femininas. Além disso, as responsabilidades domésticas também eram atribuídas às mulheres, o que afetava o tempo para o comprometimento econômico. Estudos mostram que trabalhar em casa consome 10,5 horas a mais por semana, o que significa 17% menos tempo gasto administrando a empresa.
O Caminho da Mudança
O Sebrae está empenhado em mudar esse cenário, promovendo a educação financeira e facilitando o acesso ao crédito. O programa Sebrae Delas oferece orientação, capacitação e conteúdo especializado em finanças e gestão, enquanto o Fundo de Aval para Micro e Pequenas Empresas (FAMPE) ajuda a superar a falta de garantias reais. De fato, esse é um grande problema entre as mulheres empreendedoras. Em 2023, R$ 2 bilhões em transporte ampliarão o acesso a R$ 30 bilhões em crédito. Startups como a Conta Black também estão crescendo. A fintech foi criada para atender às necessidades da população negra e carente, onde 70% de seus usuários são mulheres. A cofundadora Fernanda Ribeiro disse que o empréstimo tem como objetivo principal fornecer apoio financeiro e educacional a mulheres negras. Segundo Ribeiro, investir nas mulheres tem um impacto significativo e duradouro não só no crescimento econômico, mas também no desenvolvimento social. “Mulheres empreendedoras resolvem problemas reais, mas muitas delas não sobrevivem porque não têm suporte financeiro adequado. Por meio do acesso expandido ao crédito, estamos ajudando a mudar isso completamente.” ecossistemas.