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Publicado: 14 de julho de 2025 às 15:06

Crise nos Hambúrgueres: Tarifa de Trump contra o Brasil Ameça um Ícone Americano

O Impacto da Tarifa de 50% na Cultura e na Economia dos EUA

uma nova crise gastronômica paira sobre os Estados Unidos. A ameaça de uma tarifa de 50% sobre bens brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump, está colocando em risco o hambúrguer, um símbolo central da cultura americana. Com a dependência crescente de carne bovina importada do Brasil, os consumidores americanos enfrentam o prospecto de preços mais altos, enquanto a indústria alimentícia lida com os ecos de uma decisão política controversa.

O Papel do Brasil no Hambúrguer Americano

O Brasil é o quinto maior fornecedor de carne bovina dos EUA, respondendo por 21% das importações em 2025, um aumento impulsionado por secas e custos elevados de produção doméstica. Empresas americanas misturam carne magra brasileira com suprimentos locais para criar os suculentos hambúrgueres servidos em churrascos, lanchonetes e cadeias de fast-food. Essa integração global, no entanto, está sob ameaça. A tarifa proposta elevaria o custo da carne brasileira para cerca de 76%, tornando-a economicamente inviável e forçando os importadores a buscar alternativas mais caras ou reduzir a oferta.

Impacto nos Preços e no Consumidor

Analistas estimam que a tarifa pode aumentar o preço do hambúrguer em até 12%, com cortes frescos subindo entre 3% e 9%. Essa alta chega em um momento de oferta reduzida de gado nos EUA, agravada pela interrupção de importações do México devido a pragas como o verme roscado-do-novo-mundo. Para consumidores, o impacto será imediato: o custo de um alimento básico, já pressionado por cortes em assistência alimentar, pode se tornar um luxo. Restaurantes, de redes como McDonald’s a pequenas lanchonetes, alertam que os cardápios terão de ser ajustados, afetando a experiência cultural do "all-American burger".

Reações da Indústria e do Governo

A indústria de carne americana está dividida. Grupos como a National Cattlemen’s Beef Association apoiam a tarifa, vendo-a como uma chance de proteger produtores locais, enquanto a National Restaurant Association teme prejuízos para cadeias de suprimento e custos operacionais. No Brasil, exportadores como JBS e Marfrig preveem a paralisação total de envios aos EUA, redirecionando a carne para mercados como a China. O governo brasileiro, por meio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu tarifas retaliatórias de 50%, escalando o conflito comercial e intensificando a crise.

Contexto Político e Econômico

A decisão de Trump não é apenas econômica, mas profundamente política. Citando um suposto "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado próximo, ele usa as tarifas como arma de pressão, ignorando o superávit comercial de US$ 7,4 bilhões dos EUA com o Brasil em 2024. Essa manobra levanta questões legais sobre o uso da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, já contestada em tribunais. Enquanto isso, a escalada pode elevar preços de outros produtos brasileiros, como café e suco de laranja, ampliando o impacto na mesa americana.