Quando a confiança vira golpe: Idosa é usada como laranja em fraude do INSS
Maria de Lourdes, 72 anos, nunca soube ler ou escrever e caiu em um esquema que se aproveitou de sua boa-fé. Agora, busca justiça e alerta outras pessoas sobre os perigos de fraudes previdenciárias.
Nunca passou pela cabeça de Maria de Lourdes que, aos 72 anos, sua vida pudesse virar um pesadelo por causa de pessoas que se aproveitam da boa-fé dos outros. Moradora de uma cidade pequena, ela nunca frequentou a escola e sempre viveu cuidando da família, da casa e de alguns pequenos afazeres do dia a dia. O mundo de Maria sempre foi simples e previsível até que estranhos começaram a aparecer em sua porta oferecendo “ajuda” com o INSS.
Eles chegavam sorrindo, com papéis na mão e palavras difíceis. Explicavam que poderiam agilizar benefícios que, segundo eles, Maria tinha direito. Sem ler ou escrever, e querendo apenas receber o que era seu, ela confiou. Assinou documentos sem entender completamente o que estavam dizendo. “Eles falavam coisas complicadas, eu nem sabia direito o que estava acontecendo. Só achei que iam me ajudar”, relembra, emocionada.
Mas a ajuda prometida não passava de um golpe. Maria foi usada como “laranja” em um esquema de fraudes que envolvia cadastro de benefícios fantasmas e saques de dinheiro que nunca chegariam às mãos dela. O choque veio quando recebeu uma notificação do próprio INSS, mostrando que seu nome estava ligado a valores que jamais tinha recebido. “Eu não conseguia acreditar. Meu nome, minha vida… tudo estava envolvido nisso sem eu saber”, disse.
A família percebeu rapidamente que algo estava errado e a ajudou a registrar a denúncia na polícia. “É muito triste ver alguém se aproveitando de quem é idoso, que confia nas pessoas e não tem experiência com essas coisas”, disse uma das filhas, ainda indignada com a situação. Especialistas alertam que casos assim são mais comuns do que se imagina. Golpistas aproveitam a vulnerabilidade de pessoas que não têm familiaridade com burocracias ou documentos oficiais.
Apesar do trauma, Maria tenta seguir em frente com esperança. Ela quer que sua história sirva de alerta: “Espero que ninguém mais passe por isso. Quero justiça e que essas pessoas sejam punidas”, afirma, com determinação, mas também com a serenidade de quem sabe que não está sozinha. Seus filhos, vizinhos e amigos se mobilizam para apoiá-la, mostrando que, mesmo diante de situações difíceis, o cuidado e a solidariedade podem fazer toda a diferença.
O caso de Maria é um lembrete poderoso sobre a importância da atenção, da informação e da orientação, especialmente para pessoas mais vulneráveis. É também uma história de coragem de uma mulher simples, honesta e batalhadora, que se recusa a ser derrotada pelo descaso alheio e pela maldade de golpistas.
Fonte: mapaempresariall.com.br