A “molécula do desejo”: como a dopamina influencia o dia a dia dos brasileiros
Do prazer da comida à motivação no trabalho, neurotransmissor mostra sua força na rotina e desafia o equilíbrio entre prazer e saúde.
Você já ouviu falar em dopamina? Esse neurotransmissor, conhecido popularmente como a “molécula do desejo”, é responsável por muito do que sentimos quando buscamos prazer, recompensa ou motivação. No dia a dia, ela está presente em momentos simples, como quando provamos um doce que adoramos, e também em situações complexas, como perseguir uma meta no trabalho ou comemorar uma conquista profissional.
No Brasil, país onde a mesa farta e o esforço diário fazem parte da rotina de milhões de pessoas, a dopamina se revela uma espécie de motor invisível que impulsiona escolhas, comportamentos e até o humor coletivo.
Na comida, a relação é direta. Quem nunca desejou aquela coxinha crocante, um brigadeiro ou um café quentinho no meio da tarde? Quando comemos algo que gostamos, nosso cérebro libera dopamina, gerando uma sensação imediata de prazer. É por isso que tanta gente acaba recorrendo a determinados alimentos em momentos de estresse ou tristeza: não é só gula, é o cérebro pedindo um alívio rápido. Esse mecanismo explica, por exemplo, porque o consumo de ultraprocessados, ricos em açúcar e gordura, é tão alto no país. Eles ativam a liberação dessa molécula de forma intensa, criando uma espécie de ciclo de desejo e recompensa.
Mas a “molécula do desejo” não se limita ao campo da alimentação. No ambiente de trabalho, ela é igualmente poderosa. A cada meta cumprida, projeto entregue ou reconhecimento recebido, a dopamina entra em ação. É ela que nos dá aquela sensação de realização e nos motiva a seguir em frente. Por isso, ambientes que oferecem desafios equilibrados e valorizam seus colaboradores tendem a manter equipes mais motivadas e produtivas.
O problema surge quando a dopamina é estimulada em excesso ou de maneira artificial. Redes sociais, por exemplo, são verdadeiras máquinas de ativar esse neurotransmissor: cada curtida ou notificação funciona como uma pequena recompensa, nos prendendo a ciclos de checagem constante. No trabalho, isso pode gerar distrações, queda de produtividade e até ansiedade. Na comida, pode se traduzir em compulsão alimentar e problemas de saúde, como obesidade e diabete.
Especialistas em saúde mental e nutrição têm chamado atenção para a importância do equilíbrio. A dopamina, afinal, não é vilã sem ela, viveríamos apáticos, sem energia ou motivação. O desafio é aprender a buscar prazer e satisfação de forma saudável: através de hábitos alimentares equilibrados, momentos de lazer genuíno, prática de atividades físicas e relações sociais positivas.
Histórias reais ilustram bem esse ponto. Um trabalhador que decide trocar o refrigerante diário por sucos naturais sente, no início, falta daquele “gostinho doce” que liberava dopamina rapidamente. Mas, com o tempo, descobre que outras fontes de prazer como a melhora na disposição e no sono também ativam essa molécula de forma mais duradoura. Da mesma forma, uma profissional que aprende a celebrar pequenas conquistas no trabalho passa a manter sua motivação em alta sem depender apenas de grandes vitórias.
Em resumo, a “molécula do desejo” está por trás de muitas escolhas dos brasileiros do que colocamos no prato às metas que perseguimos no escritório. Entender como ela funciona é o primeiro passo para não se tornar refém, mas sim aliado dessa força invisível que move nossas vidas.
Fonte: mapaempresariall.com.br