Douglas Santos: O retorno inesperado à Seleção após quase uma década

Do Náutico ao Zenit, da glória olímpica ao esquecimento, o lateral paraibano mostra que persistência também veste a camisa amarelinha.

O futebol tem dessas histórias que parecem roteiro de filme: um jogador some dos holofotes por quase uma década, mas segue firme, trabalhando quieto, acreditando no próprio talento. Aí, de repente, a vida dá aquela reviravolta e o coloca de volta nos braços da Seleção Brasileira. Esse é o caso de Douglas Santos, o lateral que acaba de ser lembrado por Carlo Ancelotti após quase dez anos de sua última convocação.

Mas afinal, quem é Douglas?

Nascido em João Pessoa, na Paraíba, Douglas Santos começou sua carreira no Náutico, ainda adolescente. Chamou a atenção pela velocidade, disciplina tática e aquele estilo moderno de lateral que sabe tanto defender quanto chegar ao ataque. Não demorou muito para cruzar o oceano e tentar a sorte na Europa. Passou pelo Granada, na Espanha, e depois brilhou no Atlético Mineiro, onde ganhou títulos, experiência e a confiança do torcedor.

Seu nome chegou a circular como aposta de futuro na Seleção, especialmente nas categorias de base. Em 2016, Douglas fez parte do elenco campeão olímpico no Rio de Janeiro, conquistando a sonhada medalha de ouro ao lado de nomes como Neymar e Gabriel Jesus. Foi um momento de glória que parecia abrir portas para uma carreira internacional ainda mais sólida com a amarelinha.

Só que a vida no futebol nem sempre segue linha reta. Depois do sucesso no Galo e na Seleção Olímpica, Douglas transferiu-se para o Zenit, da Rússia, onde se tornou peça fundamental do time. Foram títulos nacionais, consistência e boas atuações, mas longe dos olhos da maioria dos torcedores brasileiros. Com o futebol russo fora do radar midiático, Douglas acabou ficando no esquecimento, apesar da regularidade impressionante.

Eis que chega 2024. O técnico Carlo Ancelotti, conhecido por ter faro para talentos e experiência em lidar com grandes estrelas, decide olhar para fora do óbvio. Em um momento em que a Seleção busca renovação, consistência e laterais confiáveis, o nome de Douglas Santos ressurge. A convocação surpreendeu muita gente, mas para quem acompanha sua trajetória, foi a recompensa de anos de dedicação silenciosa.

Douglas, hoje com 30 anos, volta à Seleção mais maduro. Já não é o garoto promissor que buscava espaço, mas sim um jogador que carrega bagagem de títulos, resiliência e a experiência de quem aprendeu a lidar com a distância, a saudade e até com a falta de reconhecimento.

Mais do que apenas uma convocação, o retorno de Douglas Santos é um lembrete de que o futebol também é feito de persistência. Nem sempre o brilho está nas manchetes, mas no trabalho diário, longe dos flashes. Agora, com a chance de vestir novamente a camisa canarinha, Douglas tem a oportunidade de mostrar ao Brasil que ainda pode render muito e, quem sabe, escrever um novo capítulo de superação dentro da Seleção.

No fim das contas, sua história é um recado: nunca é tarde demais para a vida oferecer uma segunda chance.

Fonte: mapaempresariall.com.br