Justiça limita atuação de influencers mirins no Brasil
Nova decisão exige autorização judicial para contratos comerciais com crianças e adolescentes, garantindo proteção à infância diante da pressão do mundo digital.
Nos últimos anos, as redes sociais transformaram crianças em verdadeiras celebridades digitais. Elas aparecem em vídeos fofos, fazem dancinhas, dão dicas de moda infantil, jogam videogame ao vivo e conquistam milhões de seguidores. Para quem assiste, pode parecer só diversão. Mas, por trás das câmeras, existe uma preocupação séria: até que ponto isso é saudável para a infância?
Recentemente, a Justiça decidiu que crianças e adolescentes só podem atuar como influenciadores se tiverem autorização judicial. A notícia pegou muita gente de surpresa, principalmente pais que já enxergavam nas redes sociais uma oportunidade de carreira para os filhos. Mas, ao contrário do que parece, a intenção não é cortar sonhos nem impedir que os pequenos se divirtam online. O objetivo é proteger.
Pense em uma criança que deveria estar brincando, correndo ou inventando histórias com os amigos, mas que passa horas gravando conteúdos para cumprir prazos de publicidade. Pode até parecer distante da realidade de quem está lendo, mas essa é a rotina de muitos “influencers mirins”. Likes viram pressão, seguidores viram cobrança, contratos viram compromissos sérios e, de repente, a infância vai sendo substituída por responsabilidades que não combinam com a idade.
A decisão judicial surge exatamente para colocar um limite. Do mesmo jeito que existem regras para o trabalho infantil em outras áreas, o mundo digital também precisa de atenção especial. O que muda na prática é que qualquer contrato envolvendo crianças, seja de publicidade ou parceria comercial, precisará ser analisado e autorizado por um juiz. Isso significa que as postagens espontâneas e divertidas podem continuar, mas, se houver dinheiro em jogo, será necessário comprovar que a criança não está sendo explorada e que seu bem-estar está em primeiro lugar.
Essa medida também traz um recado importante para os pais e responsáveis: é natural sonhar em ver o filho brilhando, mas é fundamental lembrar que o brilho mais importante não vem de números na internet, e sim das experiências que constroem uma infância feliz. Curtidas somem, seguidores deixam de acompanhar, mas as marcas que uma infância vivida sob pressão podem deixar duram para sempre.
Vale lembrar que proteger a infância não significa privar os pequenos da tecnologia ou isolá-los das redes sociais. O ponto é garantir equilíbrio, para que a internet seja um espaço de diversão e aprendizado, e não uma forma de cobrança ou exploração. A mensagem da decisão é simples: infância é um direito que não pode ser negociado.
No fim das contas, essa mudança não é contra os influenciadores mirins, é a favor deles. É sobre permitir que continuem sendo crianças, livres para brincar, errar, aprender e crescer no seu próprio tempo. Porque, no mundo digital, os likes podem ir embora em segundos, mas as lembranças da infância ficam para sempre.
Fonte: mapaempresariall.com.br