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Publicado: 03 de setembro de 2025 às 19:59

China exibe tríade nuclear e envia recado ao mundo em desfile histórico

Pela primeira vez, país mostra mísseis, submarinos e bombardeiros capazes de lançar ogivas atômicas, reforçando sua posição entre as maiores potências militares globais.

Em meio a uma coreografia impecável de soldados, veículos blindados e aviões cortando o céu em formação, a China aproveitou um de seus tradicionais desfiles militares para enviar ao mundo uma mensagem clara: está pronta para mostrar todo o alcance de seu poder bélico. Pela primeira vez, o país exibiu de forma oficial sua chamada “tríade nuclear” um conjunto de armas capaz de ser lançado por terra, mar e ar, considerado o ápice da dissuasão militar moderna.

A cena impressionou tanto pelo espetáculo visual quanto pelo simbolismo político. Mísseis intercontinentais desfilaram sobre caminhões gigantes, submarinos nucleares foram lembrados em imagens e aviões capazes de carregar ogivas sobrevoaram a parada. Cada detalhe parecia pensado para reforçar um recado: a China quer ser vista não apenas como potência econômica, mas também como uma força militar de primeira grandeza.

A tríade nuclear, até então, era um cartão de visitas restrito às maiores potências militares, como Estados Unidos e Rússia. Agora, com sua exibição pública, Pequim assume abertamente o posto de terceira integrante desse seleto grupo. E não foi por acaso que o desfile reuniu líderes políticos, militares e milhares de espectadores, todos testemunhando um momento que pode ser considerado histórico na geopolítica global.

Mais do que exibir poder, o gesto da China foi interpretado como uma demonstração de confiança em sua capacidade de dissuasão. Em outras palavras: mostrar que tem como responder a qualquer ameaça, em qualquer cenário. Um míssil lançado de um silo terrestre, um submarino navegando em águas profundas ou um bombardeiro no ar as opções são múltiplas, e isso muda o equilíbrio de forças.

O desfile também acendeu debate mundo afora. Para alguns analistas, a movimentação serve como aviso em tempos de tensões crescentes no Indo-Pacífico, especialmente em torno de Taiwan e da presença norte-americana na região. Para outros, trata-se mais de um espetáculo para consumo interno, fortalecendo o orgulho nacional e a imagem de um governo que se coloca como protetor da soberania chinesa.

Seja como for, o impacto é inegável. Ver a tríade nuclear chinesa exposta pela primeira vez é como assistir a um novo capítulo da corrida armamentista mundial. Ainda que os números oficiais sobre o arsenal do país sejam mantidos em sigilo, a mensagem não precisa de estatísticas: basta a imagem de ogivas reluzindo ao sol, em meio a aplausos e bandeiras vermelhas, para que o recado chegue a todos os cantos do planeta.

No fim, o desfile foi mais do que uma demonstração militar. Foi uma performance cuidadosamente planejada para deixar claro que a China quer ser reconhecida como potência completa, econômica, tecnológica e, agora, nuclear. Uma lembrança visual de que, num mundo cada vez mais instável, os bastidores do poder se medem não apenas pelo comércio ou pela diplomacia, mas também pelo arsenal que cada nação carrega em silêncio.

Fonte: mapaempresariall.com.br