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Publicado: 18 de setembro de 2025 às 16:42

O preço invisível da fumaça: até 1,4 milhão de vidas em risco por ano

As queimadas não deixam apenas rastros de cinzas nas florestas. Elas envenenam silenciosamente o ar que respiramos e podem transformar o simples ato de viver em um desafio para as próximas gerações.

Você já parou para pensar no ar que respira todos os dias? Parece tão natural que raramente damos atenção. Mas e se eu te disser que a fumaça das queimadas, aquela mesma que às vezes cobre o céu de cinza e deixa a gente tossindo, pode ser responsável por até 1,4 milhão de mortes por ano até o final do século? É assustador, eu sei. E não estamos abordando um problema distante, mas de algo que já acontece aqui e agora.

Quem já sentiu a garganta arranhar após passar perto de uma queimada sabe bem como é incômodo. O cheiro forte, os olhos ardendo, a sensação de falta de ar… agora imagine isso acontecendo todos os dias, em cidades inteiras, sem chance de escapar. É isso que milhões de pessoas vivem, principalmente em regiões como a Amazônia e o Pantanal, onde o fogo toma conta durante certas épocas do ano.

A fumaça parece inofensiva, mas não é. Ela carrega partículas tão pequenas que a gente nem vê. Só que essas partículas entram pelos pulmões, chegam ao sangue e começam a fazer um estrago silencioso: aumentam o risco de bronquite, asma, problemas no coração e até câncer. É como um veneno invisível. O mais cruel é que as crianças e os idosos sofrem ainda mais. Muitas vezes, basta um dia respirando esse ar para que os hospitais fiquem cheios.

Quando olhamos para o futuro, os números assustam. Cientistas calculam que, até 2100, essa fumaça pode tirar a vida de 1,4 milhão de pessoas por ano. É como se todo ano desaparecesse a população de uma grande cidade. E o pior é que, em muitos casos, ninguém vai ligar os pontos: a tosse que não passa, a respiração curta, o coração cansado… tudo isso pode ser a fumaça agindo aos poucos, sem que a gente perceba.

Mas, apesar de parecer um cenário de filme de terror, não precisa ser assim. Existem soluções. Já tem gente mostrando que dá para produzir sem queimar, que dá para viver em harmonia com a natureza. Existem comunidades que encontraram novas formas de sustento, agricultores que deixaram o fogo de lado e empresas que entenderam que preservar não é custo, é investimento. Isso significa que ainda há tempo de mudar a história.

No fundo, o que está em jogo não são só as florestas. Somos nós. O ar que respiramos, a saúde das nossas famílias, a vida das próximas gerações. Respirar deveria ser um direito simples e garantido. Só que, se continuarmos tratando o problema como se não fosse nosso, esse direito pode virar um luxo.

A verdade é que a fumaça das queimadas é como um recado que o planeta nos manda: ou mudamos a forma como nos relacionamos com a natureza, ou vamos pagar um preço alto demais. E não falo só de números, falo de vidas, de histórias, de pessoas que poderiam continuar sorrindo, mas não conseguiram.

Talvez esteja na hora de cada um de nós se perguntar: qual futuro eu quero deixar para quem vem depois? Um mundo sufocado, coberto de cinzas, ou um lugar onde respirar continua sendo leve, simples e natural? A escolha ainda está em nossas mãos.

Fonte: mapaempresariall.com.br