Segurança pública ultrapassa economia e vira segunda maior preocupação dos brasileiros em 2025

Saúde lidera com 20%, violência é citada por 16% e economia cai para 11%; eventos como operação policial no RJ influenciam percepção

A saúde continua sendo o principal problema do Brasil para os brasileiros, mas a segurança pública ganhou destaque significativo na percepção da população, ultrapassando a economia, segundo pesquisa Datafolha divulgada em 13 de dezembro de 2025.

De acordo com o levantamento, 20% dos entrevistados apontam a saúde como o maior gargalo nacional. Em segundo lugar aparece a violência/segurança pública, citada por 16%. A economia, incluindo inflação e preços altos, ficou em terceiro, com 11% das menções — uma queda expressiva em relação a pesquisas anteriores.

Mudança em relação a abril de 2025

Em abril deste ano, a economia liderava as preocupações com 22%, seguida pela saúde e, em terceiro, a violência (11%). O cenário se inverteu, refletindo uma possível melhora na percepção econômica e um aumento na sensação de insegurança, influenciado por casos de grande repercussão.

Especialistas apontam que eventos como a megaoperação policial no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, em outubro de 2025 — a mais letal da história do estado, com 122 mortes — e imagens virais de corpos enfileirados na praça contribuíram para essa mudança. Além disso, casos de feminicídios com ampla cobertura midiática intensificaram a preocupação com a violência.

A pesquisa revela contrastes claros:

• Homens priorizam mais a segurança (18%).
• Mulheres destacam a saúde (26%), com violência em segundo (13%).
• No Sudeste, a violência é citada por 19%, taxa mais alta entre as regiões.

Entre bolsonaristas, a segurança aparece em primeiro lugar (18%), à frente da saúde. Já entre petistas, a saúde lidera (24%).

Metodologia da pesquisa

O Datafolha ouviu 2.002 pessoas de forma presencial entre 2 e 4 de dezembro de 2025, em 113 municípios dos 26 estados e Distrito Federal. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. As respostas foram espontâneas, limitadas a uma menção por entrevistado.

Essa mudança nas prioridades reflete o contexto atual do Brasil, onde melhoras econômicas contrastam com desafios persistentes na saúde pública e no combate à criminalidade.