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Publicado: 09 de novembro de 2024 às 10:17

Hidrelétricas: não responderam por mais de 50% de energia até 2034, com previsão estatal

Pesquisadores energéticos confirmam que a participação das hidrelétricas brasileiras cairão a produção 50%

Nos próximos dez anos, as usinas hidrelétricas deverão fornecer menos de 50% da eletricidade produzida no Brasil, uma tendência que altera as fontes de eletricidade  do país. De acordo com as previsões da Empresa de Pesquisa Energética, o investimento em energias renováveis, incluindo solar, eólica e termelétrica, deverá melhorar a eletricidade produzida por essas fontes e diminuir a dependência das hidrelétricas até 2034.

Atualmente, as hidrelétricas fornecem cerca de 55,8% da eletricidade produzida no Brasil. No entanto, essa participação deverá diminuir para 46,7% nos próximos dez anos, refletindo a tendência generalizada de diversificação da eletricidade. As previsões estão incluídas no Plano Decenal de Expansão de Energia, que apresenta as perspectivas para a eletricidade brasileira e detalha o desenvolvimento das fontes de eletricidade e os investimentos necessários para sustentar a tendência de demanda.

 De acordo com o PDE, as fontes renováveis, incluindo a eólica, que atualmente representa cerca de 15% da eletricidade produzida no Brasil, deverão crescer para 17,2%. O solar deverá crescer bastante, de 3,4% para 5,8% da eletricidade. As termelétricas, que são a fonte polêmica de eletricidade devido ao impacto ambiental, deverão crescer, com a participação de termelétricas não renováveis, movidas a gás natural, aumento de quatro vezes, passando de 2,9% para 6,4% da eletricidade. 

Além disso, o setor nuclear deve crescer, mas ao ritmo de 1,8% para 2,4% devido à conclusão da usina nuclear Angra 3, que deve ser entregue em 2029. No entanto, mesmo com o crescimento das energias renováveis e nucleares, o gás natural será o protagonista dessa transformação, com uma participação crescente na matriz energética brasileira. Em termos de demanda, o PDE prevê que a demanda por eletricidade no Brasil aumente em 37% até 2034 e que a demanda por energia total seja 25% maior. 

Para atender a esse crescimento, será necessário um investimento significativo no setor energético. Compreendem-se três categorias principais: R$ 2,5 trilhões para o petróleo e gás, R$ 597 bilhões para a expansão da rede elétrica e R$ 102 bilhões para biocombustíveis líquidos.

Além do aumento nos investimentos, esse processo de transição energética trará impactos consideráveis na demanda por minerais estratégicos, como cobre, níquel, cobalto, silício, lítio e zinco, que possuem uma estimativa de crescimento de 58% na necessidade desses materiais, indispensáveis à produção de tecnologias renováveis e armazenamento de energia. 

Para o governo, esses investimentos não são apenas um impulso para o crescimento do setor energético, mas também um caminho para a criação de empregos e fortalecimento da indústria nacional. Além disso, a transição energética planejada visa não só uma melhoria da matriz energética do país, mas também a luta contra a pobreza energética por meio do acesso a fontes de energia mais limpas e sustentáveis para a população brasileira. 

Isto é complementado por um esforço para tornar a indústria energética mais competitiva e adaptada às novas tecnologias, garantindo que o Brasil esteja preparado para os desafios do futuro energético.  .