Como Recife se transformou na Capital com o maior número de profissionais formados em tecnologia
Hoje, Recife é a capital do Brasil e a maioria dos alunos se formou no ensino técnico.
Entre os dias 6 e 9 de novembro de 2024, o centro histórico de Recife, em Pernambuco, recebeu cerca de 90 mil visitantes no Rec'N'Play. Mariana Pincovsky, diretora executiva do Núcleo de Gestão do Porto Digital, descreve o evento como um verdadeiro "carnaval do conhecimento". "É um espaço onde você encontra palestras, oficinas e workshops, mas também muita arte, cultura, artesanato local e shows no final do dia", explica. Nesta edição, o festival contou com a participação de mais de 1.500 palestrantes e ofereceu 700 atividades distribuídas por 70 espaços de imersão. O evento reuniu desde estudantes e startups a grandes empresas, como Coca-Cola e Accenture, além de artistas como Vanessa da Mata e Criolo. O objetivo é atrair um público múltiplo e propagar a conexão com a tecnologia e a inovação. "O Rec'N'Play é gratuito porque queremos democratizar o acesso à cultura da inovação e gerar um legado para os recifenses", afirma Pincovsky. Em sua sexta edição, o festival representa uma das atividades do Porto Digital, um distrito criado em 2000 para revitalizar a capital pernambucana e trazer desenvolvimento para a economia local via tecnologia. "Naquela época, notamos que muitos jovens formados na Universidade Federal de Pernambuco estavam se mudando para fora da cidade em busca de emprego", lembra Pierre Lucena, presidente do Núcleo de Gestão do Porto Digital e professor da UFPE. 24 anos após sua fundação, o Porto Digital está de cara nova. São 400 empresas no parque científico e tecnológico com mais de 18 mil funcionários. "Conseguimos superar com sucesso o problema da escassez de pessoal. Hoje, Recife é a capital do Brasil e a maioria dos alunos se formou no ensino técnico. Estamos prontos para receber mais projetos", disse Pierre Lucena, presidente da associação. O Centro de Gestão Digital do Porto orgulha-se dos resultados dos Censos do Ensino Superior. Apesar do sucesso do mercado, os ambientalistas ainda enfrentam um problema: a escassez de jovens nas escolas públicas. “A população do Porto Digital ainda é composta por homens brancos e de classe média. Para mudar isso, achamos que a educação era o melhor caminho”, lembra Mariana Pincovsky, diretora da entidade gestora. Este desafio lança o projeto Embarque Digital, realizado em parceria com a Prefeitura do Recife, que oferece capacitação técnica. O programa, com investimento de R$ 30 milhões, já formou 350 alunos desde 2021 e outros 2 mil alunos estão cursando a graduação.
Programas Diferentes
No Rec'N'Play, os participantes do programa demonstraram novos programas desenvolvidos ao longo do curso. Gabrielle de Melo, 18 anos, estudante da Universidade Tiradentes, propôs o projeto “MangueTown”, que visa promover a preservação da história e da cultura na cidade do Recife. “É um feed que permite ao usuário interagir e ler sobre os acontecimentos da cidade”, explica. Italo Correia, aluno de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade Católica do Recife, está participando do **NAO Hackathon** usando robôs humanóides para inspirar o interesse educacional entre crianças de escolas públicas. “O NAO é uma ferramenta para incentivar as crianças a apreciarem a aprendizagem”, disse ele. Ítalo, que saiu de Petrolândia, em Pernambuco, em busca de coisas melhores, destaca o impacto que o *Embarque Digital* teve em sua vida. “Esta é a maior oportunidade que já tive. Devido à desigualdade atual, ninguém na comunidade pode fazer cursos técnicos em uma faculdade pública. Estou vivendo meu sonho de estudar algo que amo tanto”, finaliza o 19-. anos..
