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Publicado: 28 de novembro de 2024 às 12:06

"É Preciso Intencionalidade para quebrar o ciclo", diz Afro empreendedor apoiado pelo Google

Fomos escolhidos, e foi aí que decidimos que íamos seguir o caminho do empreendedorismo.

Em 2016, quatro colegas de faculdade de engenharia decidiram se unir para participar de um edital de “inovação aberta” promovido pela Renault. "Entre as 440 ideias enviadas de todo o Brasil, apenas três seriam selecionadas para receber um treinamento em Curitiba e um pequeno aporte financeiro. Fomos escolhidos, e foi aí que decidimos que íamos seguir o caminho do empreendedorismo", relembra Vitor Reis, co-fundador e COO da Infleet. Fundada oficialmente em 2017, a startup também conquistou um prêmio na mais recente edição do Black Founders Fund, iniciativa do Google for Startups voltada para o apoio ao afroempreendedorismo no Brasil. "Desde 2020, o fundo, com R$16 milhões, já beneficiou 66 startups de 14 estados brasileiros. As empresas que receberam apoio conseguiram levantar mais de R$159 milhões em investimentos adicionais", destaca André Barrence, diretor do Google for Startups na América Latina. A Infleet atua no setor de gestão de frotas e oferece uma plataforma que integra tecnologias como telemática e inteligência artificial para gerenciar aspectos importantes das frotas como reabastecimento, atendimento e segurança dos motoristas. “A maior parte do PIB do Brasil movimenta-se nas estradas, mas vimos uma grande oportunidade em termos de inovação tecnológica neste setor. Por isso decidimos criar um novo dispositivo e integrar as melhores soluções em uma plataforma”, disse Vitor Reis . . explique isso , fundador do Infleet, é formado em Engenharia e Gestão de Processos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2021, a startup levantou seu primeiro investimento de 2,6 milhões de lei em uma rodada de pré-semente. No ano seguinte, o Infleet recebeu mais 18 milhões de reais em doações. “Na Bahia, a Infleet se consolidou no mercado de gestão de frotas com uma equipe diversificada, composta por 56% negros e 53% mulheres. A empresa prevê um crescimento impressionante de 137% entre 2023 e 2024”, disse Henry Couto, gerente de projetos de Inovações na América Latina do Google, ao discutir a escolha da Infleet para o projeto. financeiro é importante. mas há muito mais no projeto. Treinar com os melhores profissionais do mercado é muito gratificante. É como uma pós-graduação para empreendedores”, disse Vitor sobre a experiência.
 

Desafios do afroempreendedorismo no Brasil

O acesso a recursos financeiros é um dos maiores desafios do afroempreendedorismo. Estudo realizado em 2021 por SEBRAE e FGV constataram que 47% dos empresários negros tiveram seus pedidos indeferidos durante a pandemia aparecem. Um estudo recente realizado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, Instituto Feira Preta e Plano CDE entrevistou 3.000 empreendedores africanos em países como Brasil, Argentina, Colômbia, Peru e Panamá % não investiram capital para aumentar seus negócios. “Ouvi dizer que era impossível trabalhar e estudar em universidade pública, mas eu precisava disso. O ensino superior é quase impossível para os pobres, assim como para a população negra. E o empreendedor é diferente”, diz Vitor Reis. O Black Builders Fund foi criado para resolver essas desigualdades. “Percebemos que havia muito poucos fundadores negros de startups”, disse André Barrence, diretor de startups do Google. “Além disso, descobrimos que o montante de investimento recebido pelos empresários negros foi, em média, 69 vezes menor do que o dos empresários não negros”. Para Vito, ser negro é uma grande responsabilidade para um começo de sucesso. “O eufemismo é que é difícil contratar homens ou mulheres negras em tecnologia, mas precisamos pensar em quebrar esse ciclo”, concluiu.