Exportadora Gaúcha de Maçãs Conquista Título de Carbono Zero
RASIP: Pioneira em Sustentabilidade e Exportação de Maçãs
A família Randon, proprietária do Grupo RAR (sigla do nome de seu fundador Raul Anselmo Randon), possui pomares de maçãs em Vacaria, no Rio Grande do Sul, um projeto que teve início na década de 1970. Esses pomares, que podem parecer sempre os mesmos, acabam de ganhar uma pegada espetacular de sustentabilidade metrificada: a RASIP, unidade de produção da fruta, agora sabe exatamente quanto de carbono suas plantações estocam no solo. Além das maçãs, o grupo também cultiva uvas e azeitonas, e cria vacas leiteiras para a produção de queijos.
A empresa, em parceria com a WayCarbon, uma consultoria que auxilia cerca de 500 empresas privadas e instituições financeiras em 40 países na metrificação visando o mercado de carbono, concluiu recentemente um trabalho de medição de carbono para a RASIP. A primeira rodada de medição de carbono ocorreu de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2023.
Os pomares da RASIP, onde a empresa cultiva maçãs desde a década de 1970, conseguiram retirar 10,460 mil toneladas de CO2 da atmosfera em um ano, o que equivale às emissões anuais de aproximadamente 2.272 carros de passeio movidos a gasolina. Com isso, a RASIP conquistou o título de carbono zero.
“Nos concentramos, a princípio, no inventário de emissões. Ainda não temos metas completamente definidas, mas nossa intenção é implementar práticas sustentáveis em todas as áreas de atuação da empresa para mitigar as emissões de gases e promover uma operação mais responsável e eficiente”, afirmou Sergio Martins Barbosa, presidente executivo da RAR, em entrevista exclusiva à Forbes.
Em parceria com a WayCarbon, a RASIP, uma das líderes nacionais no cultivo, comercialização e exportação de maçãs, calculou quanto os seus 1.250 hectares de área produtiva, distribuídos em três fazendas, conseguem sequestrar de carbono.
As árvores das macieiras, videiras e oliveiras desempenharam um papel fundamental na remoção de carbono da atmosfera. Além dos mais de mil hectares de plantação, a propriedade e unidade de negócio integrante da empresa RAR ainda conta com 767 hectares de reserva legal, com vegetação nativa.
A RASIP atingiu o net-zero, ou carbono zero, porque na análise dos três escopos do cálculo, o balanço de carbono foi negativo. A empresa emitiu 4.037,97 toneladas de CO2 e teve um saldo negativo de 6.429,98 toneladas, o que significa que removeu mais do que emitiu.
Segundo a iniciativa Science Based Targets (SBTi), que impulsiona ações climáticas para a fixação de metas ambiciosas de redução de gases de efeito estufa (GEE) no setor privado com base em fundamentos científicos, para ser net-zero, a empresa precisa reduzir as emissões de escopo 1, 2 e 3 a zero ou a um nível residual consistente com o alcance de emissões globais líquidas zero.
A empresa desenvolveu seu inventário — um raio-x para determinar fontes e quantidade de gases de efeito estufa nas atividades produtivas — utilizando o software Climas da WayCarbon, uma empresa global especializada em soluções voltadas à transição para uma economia net-zero.