Inovações na imunoterapia para o tratamento do câncer de endométrio e ovário
A imunoterapia vem ganhando importância como alternativa moderna no tratamento de tumores ginecológicos.
A imunoterapia vem ganhando importância como alternativa moderna no tratamento de tumores ginecológicos, como o câncer de endométrio e de ovário, os tumores mais comuns nas mulheres brasileiras. Estudos recentes demonstraram melhorias significativas, particularmente em pacientes com doença avançada ou com fraca resposta a tratamentos padrão, como quimioterapia e radioterapia.
Um dos estudos revisados investigou o uso de pembrolizumabe, uma imunoterapia que ativa o sistema imunológico para combater tumores, em pacientes com câncer endometrial avançado. O foco principal está nos pacientes com “instabilidade de microssatélites”, uma mutação genética presente em um terço dos casos que aumenta a probabilidade de resposta à imunoterapia. Os resultados foram intrigantes: a combinação do medicamento com tratamentos tradicionais reduziu o risco de doença ou morte em 70% em comparação com os regimes tradicionais, trazendo novas perspectivas aos pacientes com características genéticas. Para o cancro do ovário, que recorre frequentemente após o tratamento inicial, outro estudo examinou uma nova abordagem que combinava a imunoterapia com sintilimab com bevacizumab, um medicamento que inibe a formação de vasos sanguíneos tumorais combinados para reduzir o seu crescimento. O estudo incluiu 40 pacientes com tumor de células claras, um subtipo agressivo que não responde bem aos tratamentos convencionais. Entre as mulheres que receberam pelo menos um tratamento anterior, a combinação resultou numa taxa de resposta global de 40%, incluindo uma taxa de resposta completa de 14%. Estes resultados mostram o grande potencial desta estratégia terapêutica.
No Brasil, o câncer de endométrio é um dos mais comuns, com aproximadamente 7 mil novos casos diagnosticados a cada ano. É seguido pelo cancro do ovário, que é responsável por cerca de 6.000 casos por ano, e é uma das neoplasias mais mortais, sendo responsável por mais de 4.000 mortes por ano. Estes números alarmantes mostram o rápido progresso dos tratamentos, não só aumentando as taxas de sobrevivência, mas também melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes com estas doenças. Nos últimos anos, a quimioterapia emergiu como uma nova abordagem revolucionária para o tratamento do cancro. Essa estratégia de tratamento estimula o sistema imunológico a reconhecer e combater as células tumorais, oferecendo uma nova abordagem, principalmente para casos avançados ou pacientes resistentes aos tratamentos convencionais como quimioterapia e radioterapia. A combinação destas estratégias tradicionais com a imunoterapia pode alcançar bons resultados, incluindo melhor controlo da progressão da doença e, em alguns casos, remissão completa. Além disso, a investigação científica desempenha um papel importante na identificação de biomarcadores para ajudar a selecionar pacientes com maior probabilidade de responder à quimioterapia. Por exemplo, no cancro do endométrio, alterações genéticas, como a instabilidade de microssatélites, estão associadas a uma melhor resposta à quimioterapia. No câncer de ovário, estratégias combinadas, como a combinação de imunoterapia com agentes antiangiogênicos, têm se mostrado promissoras em subtipos agressivos com altas taxas. Para enfrentar os desafios dessas neoplasias, é importante investir não apenas no desenvolvimento de novos tratamentos, mas também na ampliação do acesso dos pacientes a tecnologias avançadas e tratamentos personalizados. É também importante sensibilizar o público para a importância do diagnóstico precoce, uma vez que a detecção precoce aumenta as possibilidades de tratamento. Por último, as políticas públicas que visam o fortalecimento das infraestruturas de investigação científica e oncológica são importantes para reduzir o risco deste tipo de cancro e a esperança de milhares de mulheres todos os anos.