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Publicado: 24 de outubro de 2024 às 08:49

Economia da bahia: Avanços e desafios com Armando Avena

Como a economia baiana tem superado barreiras e alcançado novos patamares

A economia da Bahia enfrenta atualmente uma combinação de avanços e desafios de curto prazo, especialmente no que diz respeito à infraestrutura. Entre os desafios mais urgentes, destacam-se questões relacionadas à administração de rodovias e ferrovias. A saída da atual concessionária de trechos importantes das BR-324 e BR-116 abre um novo cenário, no qual o governo federal assumirá temporariamente a gestão dessas vias a partir de dezembro. No entanto, a questão principal é o futuro desses trechos: será necessário definir se uma nova concessionária assumirá ou se continuarão sob responsabilidade pública.

Outro desafio crucial está no sistema ferroviário. É essencial que o governo federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) garantam que a renovação da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) só ocorra com o compromisso de manter o corredor ferroviário Bahia/Minas, que passa pela cidade de Brumado. Além disso, é fundamental que um novo sócio entre em operação para garantir o capital necessário para finalizar a Ferrovia de Integração Leste-Oeste (FIOL) e o Porto Sul, ambos vitais para a competitividade da economia baiana.

Apesar desses desafios, a Bahia tem mostrado sinais claros de avanços significativos, refletidos em recentes investimentos da iniciativa privada. Um dos maiores exemplos é o projeto de instalação de uma fábrica de veículos elétricos em Camaçari, com um investimento inicial de R$ 5,5 bilhões, que deverá aumentar para R$ 6,5 bilhões, incluindo a produção de baterias elétricas. Outro destaque é a construção de uma fábrica de baterias de lítio na cidade de São Sebastião do Passé, com investimento inicial de R$ 1,2 bilhão.

Na área de biocombustíveis, a implantação de uma refinaria de etanol em Luís Eduardo Magalhães representa um avanço importante, com um investimento de R$ 1,3 bilhão. Essa planta tornará a Bahia autossuficiente na produção de etanol, que atualmente é em grande parte importado. Em outra frente, um grande projeto de bioenergia está em andamento, com um investimento de R$ 12 bilhões para a produção de combustíveis sustentáveis a partir de matérias-primas locais. Esse projeto inclui a criação de um centro agroindustrial que produzirá milhões de mudas para abastecer fazendas no norte de Minas Gerais e no sul da Bahia.

Além dessas iniciativas, a Bahia também está avançando em infraestrutura energética. Recentemente, um leilão definiu a construção de subestações e linhas de transmissão na região Oeste do estado, considerada uma nova fronteira econômica, com investimentos de R$ 168 milhões. Outro projeto relevante é a ampliação da capacidade de produção de fertilizantes em Luís Eduardo Magalhães, que verá sua produção aumentar significativamente com investimentos adicionais.

Esses projetos destacam o potencial da Bahia em setores estratégicos, como a economia verde, a mobilidade elétrica e a produção de energia limpa. No entanto, esses avanços reforçam a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura para sustentar o crescimento econômico do estado e garantir sua competitividade no cenário nacional e internacional.

No cenário fiscal, a Bahia se mantém com uma dívida controlada, representando 35% da receita do estado, o que ainda oferece margem para novos empréstimos. O principal ponto de pressão fiscal tem sido o aumento dos precatórios, que estão se aproximando do montante total da dívida interna. O estado também se destaca em termos de investimentos públicos, tendo alocado R$ 4,32 bilhões até agosto, o segundo maior volume do país.