Empresa paga para pessoas registarem a íris dos olhos
Você sabia? Mais de 150 mil brasileiros já escanearam a íris em iniciativa do criador do ChatGPT.
Um novo projeto para escanear íris com o consentimento do usuário está em andamento no Brasil há dois meses, mas ainda levanta muitas questões, especialmente sobre a falta de transparência sobre os dados coletados. Em troca dessas informações confidenciais, os participantes receberão criptomoedas emitidas pela própria empresa responsável. O WorldCoin foi criado por Sam Altman, o fundador da OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT. O projeto está sendo liderado pelo Departamento de Recursos Humanos, que descreve a iniciativa como uma rede focada no desenvolvimento de reconhecimento digital baseado no escaneamento de íris, com o objetivo de identificar pessoas e distinguir entre robôs. Neste sistema, a empresa tira uma foto da íris do usuário para captura. Como recompensa, os participantes receberão 25 unidades da criptomoeda da empresa, o equivalente a R$ 300 na taxa de câmbio atual. As operações da WorldCoin no Brasil começaram oficialmente em 13 de novembro de 2024, e mais de 150.000 brasileiros participaram do evento até agora. A coleta de dados ocorreu apenas em São Paulo, onde a moradora Katia Alves, da zona sul da cidade, demonstrou confiança nos objetivos do programa, ao mesmo tempo em que destacou os benefícios da recuperação financeira. Uma câmera 3D chamada "OrB" pode mapear não apenas a íris, mas também o rosto e a temperatura corporal do usuário. Enquanto a empresa confirmou que as imagens da íris foram apagadas e convertidas em um código anônimo, Renata Yumi Idie, advogada especialista em direito digital e proteção de dados, criticou o projeto pela falta de transparência sobre o que foi feito com as demais informações coletadas . Renata explicou ainda que, pela legislação vigente, o consentimento para o uso de dados deve ser voluntário e não envolver qualquer forma de pagamento. No ano passado, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados lançou uma investigação para entender melhor o projeto e garantir que ele esteja em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados. O Ministério de Recursos Humanos respondeu que a campanha tem como objetivo fortalecer perfis falsos em plataformas online e garantir a segurança dos dados. Atualmente, a WorldCoin foi lançada nos Estados Unidos, México, Espanha, Portugal, Alemanha e outros países, com mais de 10 milhões de participantes em todo o mundo.