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Publicado: 22 de junho de 2025 às 11:09

Carne Bovina: Preços Seguem Firmes Diante da Baixa Oferta

Escassez no Mercado Impulsiona Cotações no Brasil em 2025

Em junho de 2025, o mercado de carne bovina no Brasil mantém preços firmes, impulsionados por uma oferta reduzida de animais prontos para o abate. A escassez, que reflete o início da inversão do ciclo pecuário, tem forçado os frigoríficos a ajustar suas cotações para atender à demanda interna e externa, que segue aquecida. Produtores e analistas apontam que a retenção de fêmeas para recomposição do rebanho e as condições climáticas adversas dos últimos anos contribuem para a situação.

Oferta Limitada e Impacto nos Preços

A disponibilidade de bovinos terminados caiu significativamente no primeiro semestre de 2025, com abates projetados em 36,5 milhões de cabeças, uma redução de cerca de 5,6% em relação a 2024. Essa queda é resultado do aumento na retenção de matrizes, um movimento natural do ciclo pecuário que visa fortalecer o rebanho a longo prazo. Além disso, pastos empobrecidos por secas prolongadas limitaram o engorde dos animais, reduzindo o peso médio das carcaças e, consequentemente, a produção de carne. Essa combinação tem sustentado a alta nas cotações da arroba do boi gordo, que seguem em patamares elevados.

Demanda Aquecida e Exportações

A demanda interna permanece forte, apesar do aumento nos preços, enquanto as exportações continuam a crescer, com destaque para mercados como China e Estados Unidos. Em maio, o Brasil exportou 205,8 mil toneladas de carne bovina, um avanço de 4,3% em relação ao mesmo período de 2024, gerando uma receita superior a US$ 5,8 bilhões no acumulado do ano. Essa pressão externa, aliada ao consumo doméstico, intensifica a competição por um volume de carne cada vez menor, mantendo os preços em alta.

Perspectivas para o Setor

Para o segundo semestre de 2025, especialistas preveem que os preços devem continuar firmes, embora com possíveis oscilações dependendo da oferta de animais e das condições climáticas. A retomada da produção depende de investimentos em infraestrutura e de um período favorável para o engorde, o que pode levar anos. Enquanto isso, consumidores sentem o impacto no bolso, com cortes como acém e patinho registrando altas expressivas, e muitos recorrem a alternativas como frango e peixe.

O Que Isso Significa?

A baixa oferta de carne bovina reflete um momento de transição no setor, com foco na sustentabilidade do rebanho. No entanto, o cenário atual desafia produtores e consumidores, equilibrando a necessidade de recomposição com a pressão por abastecimento. Para o Brasil, líder global na exportação de carne, o equilíbrio entre mercado interno e externo será crucial nos próximos meses.