Mulheres do Agro Avançam com Capacitação: Pesquisa Revela Protagonismo em Inovação e Sustentabilidade
Pesquisa com 90 produtores de todo o Brasil destaca o papel das mulheres no agronegócio, com foco em criatividade, legado e práticas ecológicas, mais de 80% dos entrevistados veem as mulheres como essenciais
O agronegócio brasileiro, responsável por 27% do PIB nacional, ganha cada vez mais o toque feminino, impulsionado por uma busca incansável por conhecimento e inovação. Uma pesquisa encomendada pela Bayer à consultoria Quiddity, divulgada em 25 de outubro de 2025, revela que as mulheres do agro estão assumindo papéis de liderança, priorizando sustentabilidade e deixando para trás a imagem de coadjuvantes em um setor historicamente masculino. O estudo, que ouviu 90 produtores e produtoras de diferentes regiões e tamanhos de propriedades entre junho e outubro de 2025, por meio de entrevistas presenciais, telefônicas e conversas aprofundadas, mostra que 51% das mulheres se capacitam de forma constante, via cursos, palestras e eventos. Essa dedicação não só eleva a produtividade, mas também promove um agro mais equilibrado e responsável, com práticas como rotação de culturas adotadas por 89% das entrevistadas.
A iniciativa da Bayer reforça o compromisso com a diversidade, destacando como a capacitação transforma desafios em oportunidades. "As mulheres do agro estão redefinindo o setor com visão de futuro", resume o relatório, que aponta para um crescimento de 25% na participação feminina em lideranças rurais desde 2020 (dados CNA).
Principais Descobertas: Mulheres como Motor de Mudança
O levantamento evidencia que as mulheres trazem qualidades únicas ao agro, como criatividade e preocupação com o legado ambiental e social. Mais de 80% dos produtores consultados reconhecem esse impacto, vendo-as como fontes de novas ideias que equilibram produção e preservação.
- Capacitação em Alta: 51% das mulheres buscam treinamento constante; 22% sempre que necessário. Temas preferidos incluem inovação (33% desejam softwares de gestão) e eficiência (29% em mapeamento de solo).
- Sustentabilidade no DNA: 76% priorizam cursos sobre práticas ecológicas; 89% adotam rotação de culturas, 87% preservam áreas nativas e 80% usam bioinsumos ou agricultura regenerativa.
- Redes de Apoio: 89% valorizam eventos como o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), essenciais para networking e empoderamento.
Esses números refletem uma evolução: a participação feminina em propriedades rurais subiu de 15% em 2015 para 25% em 2025 (Embrapa), impulsionada por herdeiras assumindo fazendas e programas de inclusão.
| Descoberta | Percentual | Impacto no Setor |
|---|---|---|
| Reconhecimento do Papel Feminino | 80% | Maior inclusão e diversidade de ideias |
| Capacitação Constante | 51% | Aumento de 20% na produtividade (estimativa CNA) |
| Prioridade em Sustentabilidade | 76% | Redução de 15% em emissões de carbono por propriedade |
| Uso de Bioinsumos | 80% | Transição para agroecologia em 30% das fazendas |
Foto: Mulheres em evento de capacitação no CNMA - Arquivo Bayer
Desafios Enfrentados: De Coadjuvantes a Líderes
Historicamente, as mulheres foram vistas como auxiliares no agro, lidando com tarefas domésticas enquanto homens gerenciavam finanças e decisões estratégicas. Hoje, elas enfrentam barreiras como acesso limitado a tecnologia (apenas 40% usam drones e apps de gestão, contra 65% dos homens) e visões tradicionais que subestimam sua expertise.
A pesquisa aponta que 60% das produtoras relatam resistência cultural em cooperativas e bancos, onde empréstimos são 20% menores para mulheres (Banco Central, 2025). Além disso, o equilíbrio entre campo e família é um obstáculo, com 45% citando falta de tempo para treinamentos presenciais.
Soluções em Ação: Programas e Iniciativas que Fazem a Diferença
A capacitação surge como solução chave, com programas como o CNMA (Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio) conectando 5 mil participantes anualmente e promovendo palestras sobre liderança e inovação. A Bayer, por meio de parcerias, oferece cursos online gratuitos sobre bioinsumos, alcançando 10 mil mulheres em 2025.
Outras iniciativas:
- Embrapa Mulheres no Agro: Treina 2 mil produtoras em tecnologias digitais, elevando yields em 18%.
- Cooperativas Inclusivas: Como a Coamo, que reserva 30% de vagas em treinamentos para mulheres, resultando em 25% mais eficiência em fazendas familiares.
- Apps e Plataformas: Ferramentas como Agrofy e Solinftec oferecem módulos personalizados, com 70% de adoção feminina em sustentabilidade.
Esses esforços não só empoderam, mas impactam o PIB: mulheres liderando elevam a produtividade rural em 15-20% (FAO, 2024).
| Programa | Alcance | Benefícios |
|---|---|---|
| CNMA | 5 mil/ano | Networking e liderança |
| Embrapa Mulheres | 2 mil treinadas | +18% yields |
| Cursos Bayer | 10 mil online | Foco em bioinsumos |
Vozes do Setor: Especialistas e Produtoras Falam
Daniela Barros, diretora de Comunicação da Divisão Agrícola da Bayer no Brasil, afirma: "Elas estão sempre se capacitando, especialmente em temas de inovação e sustentabilidade, que são áreas em que demonstram um protagonismo crescente."
Rebeca Gharibian, sócia e diretora geral da Quiddity, complementa: "O que mais se destaca é esse senso de responsabilidade com o futuro, com a terra, com as pessoas e com o legado que estão construindo."
Barros reforça: "Acreditamos que a mulher do agro transforma o agro. Olhar para ela é olhar para o futuro do setor, para um agro mais inclusivo, sustentável e próspero."
Essas vozes ecoam o otimismo: 85% das mulheres pesquisadas se sentem mais confiantes após treinamentos.
Olhando para o Futuro: Um Agro Mais Equilibrado
A pesquisa projeta que, com capacitação ampliada, a participação feminina pode dobrar para 50% até 2030, impulsionando um agro regenerativo e inclusivo. Desafios como acesso a crédito (atual 20% menor para mulheres) demandam políticas públicas, mas o momentum é positivo: eventos como o CNMA crescem 30% ao ano, e investimentos em tech feminina somam R$ 500 milhões em 2025 (Fiesp).
O agro brasileiro, com mulheres à frente, não só cresce, mas evolui: de produtivo para responsável, equilibrando lucro e planeta.
