Experimento do elefante cor-de-rosa pode indicar habilidade de controlar pensamentos
Será que você consegue controlar sua mente? Descubra o que o elefante cor-de-rosa revela sobre seus pensamentos.
O famoso ditado “Não pense no elefante vermelho” é um exemplo clássico de como é difícil controlar nossas emoções. De acordo com o romance Cidade do Céu, de Kurt Siodmak, esta citação ilustra perfeitamente a dificuldade que enfrentamos quando tentamos não pensar em algo. Isso inibe o controle emocional, principalmente quando tentamos bloquear uma ideia, o que mostra a complexidade da mente humana. Por exemplo, quando lemos sobre um elefante vermelho, podemos formar uma imagem desse animal na nossa mente, mesmo que nos esforcemos para pensar sobre isso. Curiosamente, existe um grupo de pessoas com uma realidade diferente: pessoas com afasia. Pessoas com afasia não conseguem pensar nos pensamentos do cérebro. Se alguém lhes pedir para pensarem num elefante vermelho, isso não será possível. Essas pessoas vivenciam o mundo de forma abstrata, em vez de imaginar imagens ou eventos em suas mentes. Eles não conseguem criar imagens reais ou imaginar situações como muitas pessoas. Embora a afasia seja muitas vezes vista como uma deficiência porque impede as pessoas de verem pensamentos, também há evidências de que este grupo tem algumas vantagens, tais como prevenir ainda mais os pensamentos. Embora muitas pessoas tenham dificuldade em bloquear imagens desagradáveis (como elefantes vermelhos), as pessoas com afasia não parecem sofrer de imagens intrusivas. Na verdade, alguns estudos mostram que os entusiastas da fantasia são mais capazes de mudar de ideia quando tentam evitar algo, em vez de serem influenciados por imagens indesejadas. Mas isso não significa que as pessoas criativas tenham “corações mais fáceis”. Em nossa pesquisa, descobrimos que as pessoas que têm pensamentos negativos, como a ruminação, são menos propensas a pensar em coisas que tentam evitar.
No entanto, muitas vezes eles sonham acordados, o que significa que suas mentes muitas vezes divagam, mas não há imagens visuais. Quando suas mentes estão prejudicadas, essas pessoas não formam figuras ou imagens no cérebro, mas reconhecem a sensação de movimento ou som com base na forma como seu cérebro processa os pensamentos. A experiência de “sonhar” ou sonhar acordado é completamente diferente para pessoas com afasia. Por exemplo, quando a mente de Derek está perdida em palavras, ele não está pensando em eventos ou imagens. Em vez disso, ele se imaginou ouvindo ou participando de uma conversa que até então não havia percebido que fazia parte de seu sonho. Loren é outro afásico que não consegue visualizar nada além de imagens auditivas. Para ele, os pensamentos em seus sonhos estão relacionados ao corpo físico, como textura ou movimento. Portanto, pesquisas sobre afasia e diversas formas de pensamento visual e não visual mostram diferenças interessantes na forma como as pessoas pensam sobre o seu trabalho. Embora os ilusionistas não possam imaginar imagens, isso não significa que suas mentes estejam “sozinhas”. Eles apenas trabalham de uma maneira diferente, concentrando-se mais em pensamentos e ideias invisíveis. Isso deu início a uma investigação mais profunda sobre como são as pessoas e suas próprias experiências e pensamentos. Embora nossas descobertas sugiram que as pessoas com afantasia tendem a ser mais resistentes a visualizações espontâneas, ainda é necessário realizar mais estudos para entender se isso também as torna menos suscetíveis a reviver traumas, ou se essas experiências emocionais desencadeiam formas diferentes de pensamentos e sensações. O que podemos concluir é que Siodmak estava equivocado em sua afirmação. Se você pedir a alguém para não pensar em um elefante cor-de-rosa, algumas pessoas com afantasia simplesmente conseguirão desviar o pensamento e seguir em frente, se concentrando em outras questões cotidianas, como, por exemplo, “o que vamos comer no jantar?”